sábado, 18 de outubro de 2008

V

"O povo não deveria ter medo do seu governo. O governo é que deveria ter medo do seu povo."

sábado, 30 de agosto de 2008

05 - Liberdade e Bicicleta

Isso resume a Liberdade de uma Bicicleta em São Paulo:

04 - Meio de Transporte

Bom... quem conhece sabe! Depender de meio de transporte publico em São Paulo é péssimo.
Porém, trabalhar e pagar a conta mensal para usufruir de um automóvel talvez não seja a solução mais viável para quem vive aqui.
Congestionamentos quilométricos. Estacionamentos caros. Gasolina. Poluição. Buzina... enfim!
E nem sempre a solução esta debaixo da terra. Afinal, essa grande idéia de “ahh hoje eu vou de metrô” foi a mesma adotada por outras milhões de pessoas! E você, mais cedo, ou mais tarde (na verdade. É só o tempo de vc entrar em alguma estação!) vc irá perceber isso, quando olhar a sua volta e perceber que mal consegue respirar.
É amigo... bem vindo à São Paulo!
Mas existe alguma formas de vc burlar esses sistemas.
Por mais que exista uma certa necessidade de vc entrar vez ou oura no metrô... sempre existe uma forma maliciosa de pular a catraca.
Na verdade, eu não sou muito expert nisso, e até gostaria um dia de entender mais sobre isso. Estou sempre me atualizando. Mas talvez eu tenha tentado isso duas vezes, das quais tive algumas percepções básicas:

01: Para fazer isso requer sangue frio
02: Os funcionários do metrô de São Paulo são simplesmente treinados para matar. Atenção!

Na primeira vez que fiz, eu estava com um amigo que fez com que eu mal entendesse o que estava acontecendo. Apenas pediu para eu seguir ele e quando eu menos percebi.. eu estava dentro da estação sem ter sequer pagado a passagem.
E na segunda fez... quando eu “achava” ter o conhecimento da técnica... literalmente as coisas não deram muito certo. Foi então que eu tive a percepção de número 02, conforme citado acima. Portanto... a conclusão é que: Tem como? Sim! Tem “jeitinho” para tudo. Mas é sempre bom estar atento.
Mas isso é apenas uma forma de vez ou outra burlar o sistema. Não acredito que vc consiga depender sempre dessa tática para se locomover em São Paulo.
Nesse caso, vc precisa de algo que possa ser certo. Como ir a pé, de bicicleta, de carona... mas simplesmente ir!

Ir a pé:
É ótimo! Isso permite que vc possa sentir mais o seu espaço. E se vc estiver com um walkman então... melhor ainda! O problema disso é a relação distância/tempo.
Mas nada que uma boa programação não resolva. É só colocar na contabilidade a média de tempo que vc faz por quilômetro andado (procure saber essa média... marque um ponto A – pode ser a sua casa – e depois marque um ponto B – pode ser a padaria. Saiba quanto tempo vc gasta para chegar até lá andando. E depois é só imaginar esse percurso e multiplicar pelo percurso que vc pretende percorrer...). Mas ainda assim podem existir situações não diretamente possíveis. Como vc morar no Ipiranga e trabalhar no Centro da Cidade. Não é impossível, é claro! Mas talvez vc já tenha coisas melhores a fazer do que simplesmente andar.

Ir de Bicicleta:
Sem dúvida, ao meu entender, esse é o meio de transporte perfeito para quem esta na “correria” em uma cidade como São Paulo. Por mais que São Paulo não tenha ciclovias (ok..ok... tem sim! No Ibirapuera, por exemplo!), andar de bicicleta em São Paulo é sempre um prazer.
Mas como todo prazer exige um risco para ser sentido. As ruas de São Paulo são sempre uma ameaça para um ciclista.
De antemão, todo motorista é um filha da puta (desculpem o termo!) nato. Talvez seja generalizar demais, mas é uma luta desleal no trânsito. Nunca vivenciei em quase dois anos de bicicleta em São Paulo que vivi e tantos outros que pedalo, algum gesto de respeito partindo deles. E como já venho usando e incentivando o uso de bicicleta por alguns anos e por algumas cidades que morei, teria hoje uma conclusão: Motoristas de ônibus e taxistas são os campeões.
Não tenho nada contra a personalidade deles... mas sem dúvidas são os que mais acreditam ser os donos das ruas...
Sabe... andar de bicicleta em São Paulo é um risco constante. Mas isso também é bastante ditado pelo próprio ritmo que VC impõe sobre o próprio transito.
Se vc for agressivo com ele, ele será agressivo com vc. Porém... o contrario não se aplica. E é justamente por isso que não é algo de igual para igual.
Eu costumo dizer que o trânsito é uma guerra, e cada trajeto é uma batalha.
Todo dia que pego a minha bicicleta (carinhosamente apelidada de “White Bird” – Passaro Branco ou simplesmente como “La Poderosa” – A Poderosa) imagino mil situações de risco que vou viver.
Mas mesmo assim, não deixo de enxergar a bicicleta como o meio de transporte ideal para São Paulo. Tenha uma boa bicicleta (ora! Coloque na ponta do lápis! Quanto de dinheiro vc já não gastou com o sistema de transporte? Com certeza muito dinheiro! Então não reclame por ter que pagar um pouco mais caro por uma boa bicicleta. Pense no custo/beneficio!). Ande de capacete (hummm ok... eu estou escrevendo isso aqui, mas eu só uso capacete mesmo quando vou pegar estrada para viajar...), mas mesmo assim, é super importante usar capacete na cidade. Um simples tombinho bobo na cidade pode custar graves ferimentos. E acima de tudo, viva o transito. Encare-o de frente. Não se intimide com o tamanho do carro em relação à vc e sua bicicleta.
Posicione-se em um canto da pista (escolha sempre andar pela direita) e permaneça lá. Tenha em mente que as ruas também são suas. Vc esta se locomovendo como qualquer outro meio de transporte. Uns estão de ônibus, outros de carro, outros ainda de moto... mas vc esta do bicicleta! Ocupe o seu espaço no asfalto!
Quando pedalar com duas ou mais pessoas, vocês estarão aptos a ocupar uma faixa da via publica. O importante, como já disse, é não ter medo de carro. Se imponha! Se buzinarem... deixem buzinar!
O ciclista hoje em São Paulo vive um grande dilema. Alguns grupos organizados estão almejando um diálogo com a cidade para que esse especo seja conquistado. Mas essa luta pelo diálogo não é de hoje, e ela existe, pelo menos, desde que eu comecei a pedalar há uns 12 anos atrás. Na verdade, pouco mudou. O desrespeito continua a acontecer e nada muda.
É bom, portanto, vc conhecer um pouco mais dos seus direitos como ciclista e tão logo, os seus também deveres. (mas cá entre nós... isso só serve mesmo se um dia vc tiver que dialogar ou discutir sobre isso com alguém.. o que em São Paulo... é bem difícil, mas é sempre bom saber do que esta falando!).
Porém existem outro indivíduos que já não estão perpetuando essa cultura de paz no trânsito.
Se isso é uma guerra, temos que conhecer nosso inimigo e derrotá-lo.
Eu costumo incentivar uma postura de enfrentamento. Confesso que eu sou a paciência em pessoa, mas a dinâmica das ruas muitas vezes faz com que não tenhamos voz para explicar qualquer que seja o ponto. E nesse caso, portanto, são válidas as ações!
Um breve histórico do que hoje acontece em São Paulo com os motoqueiros, ou então os conhecidos “motoboys”. Vamos traçar um paralelo e ver como eles conseguiram o respeito deles nas ruas.
Muito motorista hoje simplesmente temem os motoqueiros, porque existiu uma série de atitudes vista como “violentas” vindas desses motoqueiros. Não tenho duvidas de que o crescimento de usuários de motocicletas na cidade de São Paulo tenha sido algo literalmente de uma hora para outra. E quando menos se esperou e antes de qualquer planejamento ou educação no transito paulista, as ruas estavam simplesmente tomadas por eles.
O que aconteceu, então? Uma guerra que sem duvidas gerou muitas vitimas. Porém, em geral os motoqueiros começaram a lutar pelo espaço e mesmo dando muita pesada nos retrovisores de carros, hoje, podemos ver um certo “respeito” que os motoqueiros conquistaram no transito Paulista. Um respeito que não veio de nenhuma LEI do Estado. Um respeito que não veio de um diálogo do tipo: “Olha aqui senhor motorista de carro, vc fica desse lado e nós ficamos aqui desse lado, ok?”.
O “respeito” foi simplesmente aplicado em vias de fato. Se é violência a linguagem do asfalto e se é assim que os carros e ônibus vão entender o recado, foi exatamente isso que foi feito.
Quando vc anda pela Av. Paulista, por exemplo, vc vê nitidamente o chamado “corredor” formado na ultima faixa de circulação do lado esquerdo. Aquilo é a prova viva de uma mensagem que foi passada de gradativa sim... mas muitos retrovisores de carros foram derrubados até que a sociedade entendesse que eles (os motoqueiros) estavam ali na ruas e queriam o seu espaço.
E hoje... cá estamos, com nossas bicicletas. Hoje a cidade já esta saturada de ônibus e carros, e começa a dar sinais que é hora de começarmos a refletir sobre o uso de transportes alternativos.
Isso, inclusive, é a proposta de uma infinidade de políticos que estão propondo isso em vias legais. Porém... a minha correria é agora! Eu tenho que sair da minha casa e ir para o meu objetivo agora. E é de bicicleta que eu vou.
E como fogo se combate com fogo, não vejo outros meios de ser gentil em uma batalha desleal. Pois observe:
Um carro é no mínimo umas 8 a 10 vezes maior do que vc e sua bicicleta. Pesa infinitas vezes mais. Em um acidente entre um carro e uma bicicleta, o risco ao ciclista é a própria vida. O risco ao carro é apenas patrimonial.
Quando um carro esta te vendo e mesmo assim avança em sua direção, eu enxergo isso como nada mais, nada menos do que um atentado à vida. Quase que uma tentativa de homicídio.
Não há que existir esse diálogo. Aqui se faz, aqui se paga!
Um acidente bobo pode facilmente custar a sua vida. E como eu não estou de brincadeira com a minha. Eu vou lutar. E se vc pretende fazer com que a sua voz seja ouvida no transito de São Paulo... apenas escolha as suas armas.
Falando nisso... uma ferramenta perfeita para qualquer situação no trânsito, usado por um ciclista, podem ser várias. Uma simples corrente pode dar o troco na medida à um carro que resolveu que ele é o dono da rua. Ou se vc preferir, entenda de uma vez por todas que o carro é maior do a sua bicicleta, mas quem esta dirigindo é um ser humano como vc. Se ele esta usando o carro como uma arma... aprenda a usar as suas armas também.
A bicicleta tem uma vantagem sobre esses caras que dirigem e se acham donos das ruas... com uma bicicleta vc pode sumir em pouco segundos. Vc pode, inclusive, evacuar a área pela contra-mão (evite andar na contra-mão e situações normais..).
Uma corrente pode acertar o pára-brisa de um carro.
Outra forma de se defender no transito e bem fácil de manusear, é um “soco-inglês”. Com um desses, você pode aplicar a justiça contra um carro em pouco segundos e de uma forma bem fácil.
Outra ferramenta bem usada, mas essa e só vi em países da Europa e por certos grupos, é o Nun-chako. Mas para isso requer um pouco de pratica por parte do usuário. Mas em ação, é considerado uma ótima arma de auto-defesa contra carros e ônibus.
E não me venha com ladainhas de que a violência gera violência!
Eu cansei de tentar conversar com motoristas de carros e ônibus e explicar o que estava acontecendo. Explicar que ele me viu, mas mesmo assim resolveu jogar aquele carro para cima de mim!
Mas nada adiantou! Quem usa um carro, acredita estar com uma enorme arma e com um grande poder em mãos. E para lutar contra... apenas saiba usar as suas armas.
Enfim...

Ir de Carona:
Em São Paulo? (risos..)
Hoje mesmo, estava eu esperando o ônibus com uma grande amiga minha (eu estava de bike.. apenas estava aguardando o ônibus dela chegar...), e estávamos contando quantos carros estavam vazios, ou seja, somente com o motorista dentro dele.
Bom... 80% dos carros somente com o motorista.
O Carro institui uma individualidade ímpar na sociedade. Fez com que a função social de uma automóvel fosse transferida para “status” social.
Eu já ouvi muitos dizerem que a “violência” seria um bom argumento para que não existisse essa cultura de “carona” aqui em São Paulo. Mas isso eu percebi que é apenas desculpa. Não temos mesmo essa cultura e ponto final, porque simplesmente muitas vezes não damos carona para o nosso próprio visinho!

Bom... Finalizando... eu queria deixar aqui alguns materiais que podem ser úteis para quem quiser se informar mais sobre transportes alternativos:

Vídeo:

SOCIEDADE DO AUTOMÓVEL


Livro:

APOCALIPSE MOTORIZADO (Ned Ludd)

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

04 - Meios

Meios é o que devemos entender como tudo aquilo que se pode usar para chegarmos ou alcançarmos um objetivo, ou chegar onde desejamos.
Pode ser visto como um Instrumento que quando utilizado, viabiliza ou facilita algum processo.
Então... porque não começar falando dele?
Pois bem... interessante é buscar formas de viver da maneira mais simples possível. Buscar um... “meio de vida”
Afinal, desta forma, teremos muito mais tempo para aproveitarmos mais as nossas próprias vidas.
Um silogismo simples para entender isso é:

Premissa um: mais trabalho = menos tempo.
Premissa dois: menos tempo = menos aprendizado
Conclusão: Trabalho = menos aprendizado

Pois bem... outro silogismo semelhante é em relação ao valor de nossas próprias vidas.
Nem sempre mais trabalho é sinônimo de mais dinheiro.
Porém.. o entendimento padrão aqui é entender o que ele pode te oferecer, e entender, acima de tudo, o custo disso.
Vivemos hoje em uma ditadura do Capital que tem como principal lema a seguinte expressão: “Trabalhe para conseguir absolutamente tudo o que quer, inclusive a sua liberdade”.
Bom... eu não concordo muito com isso. Ao longo de gerações estamos verificando a cada década que se passa, que isso é “papo furado”. Ao mesmo tempo que o próprio sistema cria formas de seduzir, ele aplica a própria justiça por ele mesmo. Te prende nesse circulo.
Ele cria o desejo material. Ele cria a paixão. E acima de tudo, faz com que acreditemos que necessitamos disso para viver.
MENTIRA!
Não precisamos do carro do ano para vivermos mais e melhor. Não precisamos de um cordão de ouro! Não precisamos de um celular com 7 mil funções das quais iremos utilizar nem mil.
O sistema sabe onde joga e sabe fazer com que a tecnologia seja sedutora.
Porém, o que talvez ele não tenha percebido, tenha sido os efeitos colaterais disso.
Ao sabor do tempo, algumas pessoas tendem a levantar os questionamentos.
E dessa forma e de tantas outras, posso concluir que não existe função nenhuma acumular muito dinheiro, em troca de uma vida inteira.
Geralmente, o trabalho é um entendido como um “meio” de se conseguir dinheiro para se trocar por algo.
Dinheiro e trabalho, portanto, são intermediários em nossas vidas.
E como todo sistema simples (isso eu aprendi nas aulas de Marketing! – risos..) busca ELIMINAR intermediários.... porque não ELIMINAR nesse ponto.
Quanto menos dinheiro se tem, menos vc terá que trabalhar. Trabalhando menos, vc terá tempo para realmente viver. Terá tempo para andar pelas ruas observando os detalhes. Terá tempo para prestar atenção no sabor daquilo que esta mastigando. Terá tempo para conversar com seu visinho. Terá tempo para olhar para céu durante a noite. Terá tempo de conhecer mais o lugar onde vc vive.
Bom... pelo menos eu acredito muito nisso. E acredito acima de tudo que isso não é tão romântico assim. E muito pelo contrário, isso é altamente prático.
Uma vida simples institui simplesmente vc ter maior controle da sua própria vida.
Maior percepção da sua real importância enquanto ser humano, e não simplesmente como um número em uma grande máquina.
Uma vida simples requer de vc não muito para viver, mas o suficiente. O justo. Não o desnecessário.
Não mais e nem menos. Apenas o necessário. E tempo apenas o necessário, ou seja, aquilo que se necessita. Então terás a capacidade de planejar melhor a sua própria vida.
E estando em uma grande cidade... (risos..) isso é bem simples!
Afinal é aqui que estão as oportunidade de conseguir algum dinheiro sem ter maiores vínculos. É aqui que vc consegue praticamente tudo que vc necessita de forma gratuita ou então bem abaixo do preço normal. É aqui que estão as possibilidades de vc colocar em prática uma vida que realmente faça algum sentido, além daquela instituída pela novela, no sistema “normal” de “Trabalhe, estude, trabalhe, compre, fique velho, morra quando não prestar mais para gerar lucros para empresas!”.
E dentre os meios iniciais, e entendendo o seu lugar dentro desse grande sistema, é hora de colocar mãos à obra e começar e viabilizar essa “eliminação” de intermediários.


03 - Why Correria?

Falado... mas ainda não explicado!
O que afinal é essa expressão que acaba fazendo parte de uma “gíria” da grande cidade, mas que muitas vezes passa a ser despercebida.
Bom... alguém aqui já deve ter ouvido isso em algum lugar:
“Vou fazer uma ‘correria’ aqui para tentar ir”
ou então
“Vamos fazer uma ‘correria’ para conseguir esse dinheiro para ir viajar”

Correia ou em sua forma simplificada e talvez mais contemporânea “corre”, pode ser entendido como tudo aquilo que você pode fazer para conseguir algo.
Sinônimo próximo de “procurar” ou “ir atrás de”, Correria acabou absorvendo um significado próprio nas ruas dos grandes centros urbanos. Trouxe um significado dinâmico para a linguagem das ruas, e hoje é largamente usado e entendido de forma natural por todo aquele que vive nesses centros.
Mas o que significaria então “estar ou viver” em correria?
Vejamos... pode ser que isso tenha apenas algum significado pessoal e que não tenha sequer o objetivo de “rotular” ou “limitar” formas de entender o grande universo existentes dentro de certos paradigmas bm pessoais.
O que é “correria” para mim, pode não ser “correria” para vc.
Estar ou não inserido nesse contexto, é apenas uma questão de ponto de vista.
Correria portanto, inserido nesse contexto individual, expressa quase que um estilo de vida... mas ao mesmo tempo ser exatamente um. Não é uma escolha! Mas sim algo que simplesmente “acontece”.
Estamos em “correria” quando corremos atrás de algo. Procuramos alternativas. Buscamos entender os bastidores e finalmente... encontramos outros pontos de vista. Outros meios. Outras formas de encarar talvez uma mesma verdade.
Ontem eu estava inserido em uma outra realidade, e talvez hoje, eu possa estar vivendo uma outra, completamente diferente, porém, quem fez com que eu assumisse estar inserido nessas duas realidades, foi justamente buscar por.
Talvez, o ponto principal disso tudo seja começarmos a questionar as nossas realidades.

O que vivemos?
Onde vivemos?
Para que vivemos?
Onde vamos chegar com isso tudo?

E assim, talvez possa ser possível acordar para certas coisas. E agora acordados, talvez procuremos formas alternativas para talvez até continuar com nossos hábitos cotidianos, mas talvez de formas alternativas.
Um exemplo?
Você vai e esta certo de que precisa ir trabalhar todos os dias. Porém vc acorda todo dia às 6 da manhã para entrar em um ônibus lotado para chegar no seu trabalho às 8 da manhã.
2 horas dentro de um ônibus coletivo talvez não seja sequer proveitoso para se ter uma boa leitura.
Porém, vc esta distante do seu lugar de trabalho por 7 quilômetros. Isso, talvez e dependendo do seu estado físico, mental e também do percurso (se tem subida ou não..) vc possa fazer em menos de 40 minutos. Como? De bicicleta, por exemplo!
O habito é o mesmo, mas encarado de uma forma alternativa... E dentro disso, existem uma série de questionamentos que são automaticamente inseridos que só vão gerar mais outros questionamentos... e nesse exemplo, posso de leve, citar a questão do meio ambiente. A questão da sua saúde. A questão social. A questão política.
Isso faz com que conclusões e soluções pessoais e coletivas sejam visíveis.
Só com esse questionamento, vc tem uma hora e 20 minutos à mais no seu dia, que vc pode usar como vc bem entender. Desde produzir alguma coisa pessoal, como preparar melhor a sua comida, fazer alguma coisa coletiva, ou simplesmente dormir um pouco mais!
Porém, esse foi apenas um exemplo. “correria” esta bem distante de ser um método de “economizar o seu tempo”. Porém, pode estar bem próximo para um entendimento se for adotado como algo em que se esta inserido com o intuito de se buscar fazer o melhor para vc mesmo, e para o meio em que vc vive. Viver mais e mais intensamente, eu diria!

02 - Histórico Intransigente

Com ou sem felicidade estar envolvida, a melhor forma de conhecer as oportunidades e os mínimos detalhes, talvez seja a real e sincera vontade de conhecer.
E foi assim... buscando conhecer que tenho encontrado formas independentes de viver nessa grande cidade.
Eu, um rapaz comum. Há pouco tempo apenas mais um dentre as milhões de almas que acordavam cedo, escovavam-se os dentes, e estaríamos prontos para mais uma jornada cansativa de trabalho.
Isso bem pela manhã, mas ao final do dia, horas ainda a serem cumpridas dentro de 4 paredes de uma universidade qualquer, aprendendo, muitas vezes, coisas pouco interessantes ou simplesmente desprezíveis... (ok.. eu confesso que eu não ligava a mínima para o curso de Marketing dentro de uma carreira que ali eu estava procurando me aperfeiçoar... Comunicação Social... ou então: Jornalismo!).
Chegava então o final de semana, existia mais um milhão de compromissos com o trabalho.
Não sou daqui. Hoje somam-se aos meus anos de vida, um total de 26. Dos quais, apenas 2 (DOIS!), ou melhor... menos do que 2, ao sabor dessa cidade.
Antes... talvez no prólogo disso tudo, eu apenas brincava de viver sozinho em certos períodos lá.. na minha antiga grande cidade, a capital Carioca.
Mas era tudo bem mais fácil. Por mais que eu tenha ensaiado diversas vezes “morar sozinho” ou longe da ajuda familiar padrão, era fácil ir almoçar ou jantar na casa da minha mãe. Era fácil levar as minhas roupas para lá e deixar com que a moça que trabalhava lá em casa, lavar tudo e me entregar alguns poucos dias limpo.. e passado.
Mas como tudo na vida é passageiro e como tudo na vida deve ser visto como apenas mais um estágio evolutivo, eu estava ali,naquela condição apenas de uma forma inconsciente, trilhando meus caminhos rumo ao grande teste.
Um dia temos mesmo que aprender a nos virar sozinhos... e foi assim que pouco a pouco, e de uma forma gradativa vim parar nessa cidade, mas que bem antes, eu participava disso tudo apenas como segundo observador. Nunca precisei, como preciso nesse exato momento, “correr” atrás... E como a necessidade é a maior das escolas, acabei me embriagando com um universo de afazeres que até então desconhecia.
Não tenho dúvidas de que assim como eu, existam outras tantas pessoas. E talvez essas palavras e essas experiências acabem por lhe fazerem um bem, ou ao menos, para terem conhecimento do próprio espaço em que vivem.
Cansei de conversar com “nativos” (pessoas que nasceram e foram criadas aqui...), e percebi muitas vezes que eles mesmos não sabiam de coisas que eu acabei descobrindo de formas muitas vezes inusitadas, e que acabaram por despertar o interesse desses próprios “nativos”.
Andei... procurei... visitei... E pensei: “Hummm se isso é bom para mim, pode ser bom não para São Paulo inteira... mas para algumas pessoas eu sei que será de grande valia”.
Há um bom tempo atrás... talvez uns 4 ou 5 anos, ainda quando eu morava na Capital Carioca, volta e meia eu vinha para São Paulo... E sempre quando eu vinha, e costumava ficar na casa de um grande amigo, Roberto Medeiros, que sem querer talvez, tenha se tornado o grande pivô e articulador disso tudo.
Na verdade, ele foi um grande professor para mim. Aprendi demais com as práticas dele e no estilo de vida que levava por aqui. Sempre observei muito os seus passos. Sempre procurei absorver tudo o que tinha para falar... E desta forma, apenas convivíamos poucos dias, mas o suficiente para fazer com que estivesse acordado para procurar também a trilhar tais caminhos.
O grande lema dele era “Correria”. E depois desse nosso contato, eu passei a apregoar um suposto “Manual da Correria Urbana”, e dentre o meu próprio discurso, o primeiro tópico versava sobre:

01: “Se queres viver de uma forma independente em uma grande cidade, fique atento à primeira regra: Arrume um emprego em um Restaurante!”

E era mais do que lógico. Pode contabilizar: Cerca de 50 à 60% do seu salário ou da sua renda é gasta de forma natural com alimentação.
Tão logo, dentro de um restaurante... fazendo o que for, desde Gerente até Faxineiro, você acabou de livrar seu orçamento desses gastos.
Esse foi apenas um dos milhões de ensinamentos e pensamentos que comecei então a perceber dentro das medidas cabíveis que fariam com que eu, anos após ter tido esses inicio de questionamento, começasse então a seguir de forma mais... digamos... duradoura.
E hoje, são fatos e mais fatos que interligados acabam mostrando alguns pontos em comum: Quando se esta em “correria”... o ponto é viver da forma mais intensa possível seus dias. Fazer com que cada um deles valha a pena e seja fruto de saudade quando no futuro forem lembrados.
E dentro dessas perspectivas... lá vamos nós!

01 - O Grande Início

São Paulo Correia

Talvez fosse para ser apenas algumas dicas para quem quer muito além de sobreviver, mas viver na cidade grande.
O foco pode estar sendo, neste primeiro momento, uma grande cidade de um país ao sul da América, localizado na parte sudeste do grande Brasil, cidade esta, chamada e bem conhecida no mundo todo como São Paulo.
A grandeza é assustadora. O clima é instável. As pessoas mal se olham nos olhos.
Definitivamente vc teria mais de mil motivos para estar longe daqui.
Mas São Paulo inspira uma magnitude ímpar.
Talvez como qualquer outra grande cidade do mundo... inspira a liberdade mesmo apresentando toneladas de concreto que pouco a pouco destroem a natureza para dar espaço à grande civilização.
São Paulo Correria é o nome dado à um projeto que visa mostrar o “lado B” dessa cidade, mas traçando uma analogia à qualquer outra grande cidade.
São Paulo é apenas mais uma cidade. E como toda cidade... terra das oportunidades.
São Paulo Correria irá mostrar algumas.