terça-feira, 22 de setembro de 2009

CRITICAL MASS 2009

Massa Crítica 2009

Dia 22 de Setembro é conhecido ao redor do mundo como o Dia Mundial Sem Carro.

E em São Paulo ele foi “comemorado” em grande estilo. Ou seja, sobre rodas, mas sobre rodas das mais de 800 bicicletas que tomaram conta das principais vias asfaltadas da Capital neste dia.

Por volta das 9 horas da noite, os bikers se reunirão na já famosa Praça do Ciclista, praça adotada por eles como ponto de encontro dos demais encontros de bikers de São Paulo, como por exemplo, a famosa Bicicletada (evento que acontece todas as últimas sextas feiras de cada mês), localizada no canteiro central de uma das principais vias da cidade: Av. Paulista.

A Massa Crítica ou Critical Mass, como é conhecida internacionalmente, tem por objetivo maior denunciar a sociedade do automóvel e desta forma, desmascarar a insustentabilidade da cultura automobilística em nossa sociedade.

São vários os pontos abordados pelos ciclistas e dentre eles, estão a reutilização do espaço público, reorganizando a democracia de locomoção urbana.

A questão ambiental, alertando para os altos indicies de poluição gerados pelos milhares de automóveis que circulam diariamente pelas cidades. A questão da busca pelo direito de segurança nas ruas da cidade, estando a pé, de patins, de bicicleta, de skate, ou seja lá de que forma estiver, mas tornar efetivamente prática a idéia de existirem vias de acesso e que essas vias tenham espaços para todas as modalidades de transporte, com segurança.

Existe ainda a questão do protesto por aqueles que faleceram ou se acidentaram gravemente na dita “Guerra do Trânsito” em cidades como São Paulo.

E mais uma infinidade de motivos que cada um dos que estavam presentes e cada um dos que não estavam, mas compactuam com as idéias que circulam no evento, fazendo, desta forma, a Massa Crítica um movimento mundial de protesto contra a ditadura do automóvel.

Em São Paulo, após gritos como: “Menos carros – Mais bicicletas”, pouco a pouco a massa começou a invadir a Av. Paulista, cartão postal da cidade. A faixa em um dos sentidos foi completamente tomada pelos ciclistas que fizeram literalmente o trânsito de São Paulo parar.

Parar para refletir sobre as questões. Parar para mostrar a instabilidade no modo de pensamento automobilístico. Parar para perceber ou começar a perceber que as alternativas de transporte urbano têm sido cada vez mais entendido como urgências das ruas, não só da parte dos ciclistas, mas do próprio Estado, que de uma forma ainda muito vagarosa, começa a adequar políticas públicas já experimentadas em outras cidades do mundo, para serem utilizadas por aqui.

O percurso da Massa Crítica pela cidade, partindo da Av. Paulista, passou também por importantes ruas do centro expandido da cidade e durou cerca de 3 horas, retornando ao ponto de encontro inicial, na Praça do Ciclista.

Fernando Mendes, 25, que se diz “Bike ativista”, diz que está percebendo uma espécie de evolução da Massa Crítica, em grandes cidades como São Paulo. “Há muito pouco tempo, há dois anos atrás somente, éramos menos da metade dos ciclistas que estão aqui hoje. O número de ciclistas que sofrem diariamente no trânsito cresce a medida que mais pessoas ocupam as ruas com suas bicicletas. Um dia isso vai ser maior ainda, porque cada dia que passa, elas estão criando uma consciência de locomoção alternativa, quer seja pela economia de gastos com o carro, quer seja por saúde, quer seja por porotesto! Vejo isso crescendo por aqui.”, comenta.

Nenhum tumulto foi registrado durante todo o evento, exceto algumas poucas reclamações de motoristas, feitas diretamente aos ciclistas. Porém a Policia Militar de São Paulo, que tentou impedir a invasão total das bicicletas nas pistas, informou, através do Capitão Altares, do 23º Batalhão, que receberam 17 denúncias de depredação de veículos nos arredores de onde a Massa Crítica passou.

Amir Rua – Ciclista



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