sábado, 30 de agosto de 2008

04 - Meio de Transporte

Bom... quem conhece sabe! Depender de meio de transporte publico em São Paulo é péssimo.
Porém, trabalhar e pagar a conta mensal para usufruir de um automóvel talvez não seja a solução mais viável para quem vive aqui.
Congestionamentos quilométricos. Estacionamentos caros. Gasolina. Poluição. Buzina... enfim!
E nem sempre a solução esta debaixo da terra. Afinal, essa grande idéia de “ahh hoje eu vou de metrô” foi a mesma adotada por outras milhões de pessoas! E você, mais cedo, ou mais tarde (na verdade. É só o tempo de vc entrar em alguma estação!) vc irá perceber isso, quando olhar a sua volta e perceber que mal consegue respirar.
É amigo... bem vindo à São Paulo!
Mas existe alguma formas de vc burlar esses sistemas.
Por mais que exista uma certa necessidade de vc entrar vez ou oura no metrô... sempre existe uma forma maliciosa de pular a catraca.
Na verdade, eu não sou muito expert nisso, e até gostaria um dia de entender mais sobre isso. Estou sempre me atualizando. Mas talvez eu tenha tentado isso duas vezes, das quais tive algumas percepções básicas:

01: Para fazer isso requer sangue frio
02: Os funcionários do metrô de São Paulo são simplesmente treinados para matar. Atenção!

Na primeira vez que fiz, eu estava com um amigo que fez com que eu mal entendesse o que estava acontecendo. Apenas pediu para eu seguir ele e quando eu menos percebi.. eu estava dentro da estação sem ter sequer pagado a passagem.
E na segunda fez... quando eu “achava” ter o conhecimento da técnica... literalmente as coisas não deram muito certo. Foi então que eu tive a percepção de número 02, conforme citado acima. Portanto... a conclusão é que: Tem como? Sim! Tem “jeitinho” para tudo. Mas é sempre bom estar atento.
Mas isso é apenas uma forma de vez ou outra burlar o sistema. Não acredito que vc consiga depender sempre dessa tática para se locomover em São Paulo.
Nesse caso, vc precisa de algo que possa ser certo. Como ir a pé, de bicicleta, de carona... mas simplesmente ir!

Ir a pé:
É ótimo! Isso permite que vc possa sentir mais o seu espaço. E se vc estiver com um walkman então... melhor ainda! O problema disso é a relação distância/tempo.
Mas nada que uma boa programação não resolva. É só colocar na contabilidade a média de tempo que vc faz por quilômetro andado (procure saber essa média... marque um ponto A – pode ser a sua casa – e depois marque um ponto B – pode ser a padaria. Saiba quanto tempo vc gasta para chegar até lá andando. E depois é só imaginar esse percurso e multiplicar pelo percurso que vc pretende percorrer...). Mas ainda assim podem existir situações não diretamente possíveis. Como vc morar no Ipiranga e trabalhar no Centro da Cidade. Não é impossível, é claro! Mas talvez vc já tenha coisas melhores a fazer do que simplesmente andar.

Ir de Bicicleta:
Sem dúvida, ao meu entender, esse é o meio de transporte perfeito para quem esta na “correria” em uma cidade como São Paulo. Por mais que São Paulo não tenha ciclovias (ok..ok... tem sim! No Ibirapuera, por exemplo!), andar de bicicleta em São Paulo é sempre um prazer.
Mas como todo prazer exige um risco para ser sentido. As ruas de São Paulo são sempre uma ameaça para um ciclista.
De antemão, todo motorista é um filha da puta (desculpem o termo!) nato. Talvez seja generalizar demais, mas é uma luta desleal no trânsito. Nunca vivenciei em quase dois anos de bicicleta em São Paulo que vivi e tantos outros que pedalo, algum gesto de respeito partindo deles. E como já venho usando e incentivando o uso de bicicleta por alguns anos e por algumas cidades que morei, teria hoje uma conclusão: Motoristas de ônibus e taxistas são os campeões.
Não tenho nada contra a personalidade deles... mas sem dúvidas são os que mais acreditam ser os donos das ruas...
Sabe... andar de bicicleta em São Paulo é um risco constante. Mas isso também é bastante ditado pelo próprio ritmo que VC impõe sobre o próprio transito.
Se vc for agressivo com ele, ele será agressivo com vc. Porém... o contrario não se aplica. E é justamente por isso que não é algo de igual para igual.
Eu costumo dizer que o trânsito é uma guerra, e cada trajeto é uma batalha.
Todo dia que pego a minha bicicleta (carinhosamente apelidada de “White Bird” – Passaro Branco ou simplesmente como “La Poderosa” – A Poderosa) imagino mil situações de risco que vou viver.
Mas mesmo assim, não deixo de enxergar a bicicleta como o meio de transporte ideal para São Paulo. Tenha uma boa bicicleta (ora! Coloque na ponta do lápis! Quanto de dinheiro vc já não gastou com o sistema de transporte? Com certeza muito dinheiro! Então não reclame por ter que pagar um pouco mais caro por uma boa bicicleta. Pense no custo/beneficio!). Ande de capacete (hummm ok... eu estou escrevendo isso aqui, mas eu só uso capacete mesmo quando vou pegar estrada para viajar...), mas mesmo assim, é super importante usar capacete na cidade. Um simples tombinho bobo na cidade pode custar graves ferimentos. E acima de tudo, viva o transito. Encare-o de frente. Não se intimide com o tamanho do carro em relação à vc e sua bicicleta.
Posicione-se em um canto da pista (escolha sempre andar pela direita) e permaneça lá. Tenha em mente que as ruas também são suas. Vc esta se locomovendo como qualquer outro meio de transporte. Uns estão de ônibus, outros de carro, outros ainda de moto... mas vc esta do bicicleta! Ocupe o seu espaço no asfalto!
Quando pedalar com duas ou mais pessoas, vocês estarão aptos a ocupar uma faixa da via publica. O importante, como já disse, é não ter medo de carro. Se imponha! Se buzinarem... deixem buzinar!
O ciclista hoje em São Paulo vive um grande dilema. Alguns grupos organizados estão almejando um diálogo com a cidade para que esse especo seja conquistado. Mas essa luta pelo diálogo não é de hoje, e ela existe, pelo menos, desde que eu comecei a pedalar há uns 12 anos atrás. Na verdade, pouco mudou. O desrespeito continua a acontecer e nada muda.
É bom, portanto, vc conhecer um pouco mais dos seus direitos como ciclista e tão logo, os seus também deveres. (mas cá entre nós... isso só serve mesmo se um dia vc tiver que dialogar ou discutir sobre isso com alguém.. o que em São Paulo... é bem difícil, mas é sempre bom saber do que esta falando!).
Porém existem outro indivíduos que já não estão perpetuando essa cultura de paz no trânsito.
Se isso é uma guerra, temos que conhecer nosso inimigo e derrotá-lo.
Eu costumo incentivar uma postura de enfrentamento. Confesso que eu sou a paciência em pessoa, mas a dinâmica das ruas muitas vezes faz com que não tenhamos voz para explicar qualquer que seja o ponto. E nesse caso, portanto, são válidas as ações!
Um breve histórico do que hoje acontece em São Paulo com os motoqueiros, ou então os conhecidos “motoboys”. Vamos traçar um paralelo e ver como eles conseguiram o respeito deles nas ruas.
Muito motorista hoje simplesmente temem os motoqueiros, porque existiu uma série de atitudes vista como “violentas” vindas desses motoqueiros. Não tenho duvidas de que o crescimento de usuários de motocicletas na cidade de São Paulo tenha sido algo literalmente de uma hora para outra. E quando menos se esperou e antes de qualquer planejamento ou educação no transito paulista, as ruas estavam simplesmente tomadas por eles.
O que aconteceu, então? Uma guerra que sem duvidas gerou muitas vitimas. Porém, em geral os motoqueiros começaram a lutar pelo espaço e mesmo dando muita pesada nos retrovisores de carros, hoje, podemos ver um certo “respeito” que os motoqueiros conquistaram no transito Paulista. Um respeito que não veio de nenhuma LEI do Estado. Um respeito que não veio de um diálogo do tipo: “Olha aqui senhor motorista de carro, vc fica desse lado e nós ficamos aqui desse lado, ok?”.
O “respeito” foi simplesmente aplicado em vias de fato. Se é violência a linguagem do asfalto e se é assim que os carros e ônibus vão entender o recado, foi exatamente isso que foi feito.
Quando vc anda pela Av. Paulista, por exemplo, vc vê nitidamente o chamado “corredor” formado na ultima faixa de circulação do lado esquerdo. Aquilo é a prova viva de uma mensagem que foi passada de gradativa sim... mas muitos retrovisores de carros foram derrubados até que a sociedade entendesse que eles (os motoqueiros) estavam ali na ruas e queriam o seu espaço.
E hoje... cá estamos, com nossas bicicletas. Hoje a cidade já esta saturada de ônibus e carros, e começa a dar sinais que é hora de começarmos a refletir sobre o uso de transportes alternativos.
Isso, inclusive, é a proposta de uma infinidade de políticos que estão propondo isso em vias legais. Porém... a minha correria é agora! Eu tenho que sair da minha casa e ir para o meu objetivo agora. E é de bicicleta que eu vou.
E como fogo se combate com fogo, não vejo outros meios de ser gentil em uma batalha desleal. Pois observe:
Um carro é no mínimo umas 8 a 10 vezes maior do que vc e sua bicicleta. Pesa infinitas vezes mais. Em um acidente entre um carro e uma bicicleta, o risco ao ciclista é a própria vida. O risco ao carro é apenas patrimonial.
Quando um carro esta te vendo e mesmo assim avança em sua direção, eu enxergo isso como nada mais, nada menos do que um atentado à vida. Quase que uma tentativa de homicídio.
Não há que existir esse diálogo. Aqui se faz, aqui se paga!
Um acidente bobo pode facilmente custar a sua vida. E como eu não estou de brincadeira com a minha. Eu vou lutar. E se vc pretende fazer com que a sua voz seja ouvida no transito de São Paulo... apenas escolha as suas armas.
Falando nisso... uma ferramenta perfeita para qualquer situação no trânsito, usado por um ciclista, podem ser várias. Uma simples corrente pode dar o troco na medida à um carro que resolveu que ele é o dono da rua. Ou se vc preferir, entenda de uma vez por todas que o carro é maior do a sua bicicleta, mas quem esta dirigindo é um ser humano como vc. Se ele esta usando o carro como uma arma... aprenda a usar as suas armas também.
A bicicleta tem uma vantagem sobre esses caras que dirigem e se acham donos das ruas... com uma bicicleta vc pode sumir em pouco segundos. Vc pode, inclusive, evacuar a área pela contra-mão (evite andar na contra-mão e situações normais..).
Uma corrente pode acertar o pára-brisa de um carro.
Outra forma de se defender no transito e bem fácil de manusear, é um “soco-inglês”. Com um desses, você pode aplicar a justiça contra um carro em pouco segundos e de uma forma bem fácil.
Outra ferramenta bem usada, mas essa e só vi em países da Europa e por certos grupos, é o Nun-chako. Mas para isso requer um pouco de pratica por parte do usuário. Mas em ação, é considerado uma ótima arma de auto-defesa contra carros e ônibus.
E não me venha com ladainhas de que a violência gera violência!
Eu cansei de tentar conversar com motoristas de carros e ônibus e explicar o que estava acontecendo. Explicar que ele me viu, mas mesmo assim resolveu jogar aquele carro para cima de mim!
Mas nada adiantou! Quem usa um carro, acredita estar com uma enorme arma e com um grande poder em mãos. E para lutar contra... apenas saiba usar as suas armas.
Enfim...

Ir de Carona:
Em São Paulo? (risos..)
Hoje mesmo, estava eu esperando o ônibus com uma grande amiga minha (eu estava de bike.. apenas estava aguardando o ônibus dela chegar...), e estávamos contando quantos carros estavam vazios, ou seja, somente com o motorista dentro dele.
Bom... 80% dos carros somente com o motorista.
O Carro institui uma individualidade ímpar na sociedade. Fez com que a função social de uma automóvel fosse transferida para “status” social.
Eu já ouvi muitos dizerem que a “violência” seria um bom argumento para que não existisse essa cultura de “carona” aqui em São Paulo. Mas isso eu percebi que é apenas desculpa. Não temos mesmo essa cultura e ponto final, porque simplesmente muitas vezes não damos carona para o nosso próprio visinho!

Bom... Finalizando... eu queria deixar aqui alguns materiais que podem ser úteis para quem quiser se informar mais sobre transportes alternativos:

Vídeo:

SOCIEDADE DO AUTOMÓVEL


Livro:

APOCALIPSE MOTORIZADO (Ned Ludd)

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