Rua é Rua em qualquer lugar e sempre será!
quarta-feira, 13 de maio de 2009
quinta-feira, 12 de março de 2009
Além do Naked Bike
Existem mundialmente formas e mais formas de se mostrar o uso de bicicletas no meio urbano.
Uns optam por apoiar, outros optam simplesmente por estarem lado a lado dos carros nas cidades.
Por uma análise inicial, até então não vemos muitos problemas... Porém, o que talvez fique escondido em linhas, ou teorias burguesas de “vamos pedalar para mudar o mundo”, é que o custo é muito alto.
Na semana retrasada eu estava conversando com um talvez futuro engenheiro de alguma política pública voltada ao transporte na cidade de São Paulo – certamente um desses burgueses que estudaram o que seus pais ordenaram, e não sabem agora o que fazer agora com o diploma, e acham “bonitinho” ter uma bicicleta limpinha.
Na verdade, a teoria que ele defendia, era exata e justamente uma teoria meio que padrão de grande parte daquilo que enxergamos hoje como “ciclistas” das grandes cidades.
É triste saber que a maioria apenas adota a bicicleta e a luta por trás do uso dela, por talvez não terem sido aceitos nos Partido Comunista de suas cidades natais.
O fato é bem simples nesse linha de raciocínio. Prega-se a “Paz no Transito”, a limpeza do ar, o exercício físico, a liberdade!
Esses são alguns dos argumentos básicos e cá entre nós, argumentos tentadores e certamente convidativos àqueles carinhas que estão desenvolvendo alguma atividade de alta lucratividade e destruição para os demais setores da sociedade e do meio ambiente. De alguma forma, eles devem se redimir perante a sociedade.
“Eu destruo a minha sociedade inteira com as práticas da minha semana, mas às sextas eu tento salvar um pouquinho disso tudo!”
Desta forma, além de estarmos lidando com verdadeiros tapados, acabamos percebendo nitidamente que a proposta é apenas defendida por outros interesses.
A “Bicicletada” é um movimento que é conhecido no mundo inteiro. Mas não é raro (não mesmo!) você encontrar fumantes que acendem seus cigarros no meio da manifestação. (Estamos lutando por o que mesmo? Ar puro? Ahhhh entendi!). Ou então, que saem de suas casas com seus carros luxuosos, aos finais de semana, para se entupir de gordura cadáveres (oooppsss... acho que alguns conhecem isso como carne, talvez) seus estômagos. “
“E sobre o que mesmo que estávamos focado? Praticas saudáveis? Hummm interessante, mas acho que eu prefiro só me envolver um pouquinho nisso tudo. Quero me envolver até onde é festa... até onde é divertido. Me envolver à partir do momento que a luta passa a ser política? Ahhh isso não! Por favor... deixe isso pra lá! Eu quero é ter outros amigos além daqueles chatos do escritório.”
E é assim! É justamente ASSIM que nada e absolutamente nada vai mudar!
O que talvez conhecemos hoje como “Bicicletada”, encarada de uma forma séria ou pelo menos deveríamos encarar de uma forma séria, principalmente quando ela acontece em uma das mais importantes cidades da América Latina, é nada mais do que uma reunião de amigos e centro de exposição de idéias meramente reformistas acerca de bicicleta e trânsito.
Porém.. o buraco é mais embaixo... Existe sim a parte política. Existe sim a resistência. E existem sim os outros argumentos.
Ahhh sim.. lembrei! Aquela minha tal conversa com o carinha que vai receber R$ 12.000,00 por mês trabalhando para a CET (será que ele ainda vai se preocupar em sair de casa com sua bicicleta limpinha?), para estar “planejando” o tráfego nas grandes cidades.
Então... eu estava expondo algo que eu tenho percebido muito ao longo de alguns anos no asfalto.
Sabe... talvez a recente morte de uma ciclista tenho sido crucial para que algumas coisas começassem a mudar em mim.
Enquanto eu vi muitas lágrimas... manifestações... repúdio ao motorista que assassinou mais uma ciclista, eu fiquei refutando algumas idéias acerca do uso de bicicletas em meio ao trânsito.
E sabe onde eu cheguei?
Eu, que hoje tenho lá os meus vinte e poucos anos, passei por algumas fases, inclusive de percepção sobre a minha postura.
Já tive a minha fase pacifica, sabe?
“Bom dia senhor. O senhor sabia que quase me matou na esquina ali atrás?”
A resposta, em grande parte das vezes era:
(...)
Nenhuma... até porque o motorista apertava o botãozinho do seu luxuoso carro importado e fechava o vidro... talvez ele estivesse pensando: “Ihhh lá vem mais um daqueles hippies que quer me falar sobre o que eu fiz de errado”
(coitado dele... talvez ele tenha sido apenas um idiota filho da puta – desculpem o termo - que viveu a vida inteira pisando na cabeça de outros para chegar onde chegou, e realmente, eu entendo que ele deva estar bem cansado de saber que os erros dele já são bem vistos pelos outros...)
E de fato, sabe?
Depois eu comecei a pensar...
“Caramba... o cara quase me matou, e eu fui ser gentil com ele? Espera um pouco... que valor eu estou dando a minha própria vida? Sinceramente se um cara me ameaçar, eu vou lutar para sobreviver àquilo! E porque mesmo eu estou sendo gentil?”
Enfim... infelizmente, talvez a violência só nos atinja quando ela acontece com nós mesmos, ou tão próximo, que é impossível não enxergar!
E assim foi. Tanto que hoje... apesar de já ter incentivado muitas... mas muitas pessoas ao longo da minha curta vida, a pedalar... não seria capaz de convidar o meu pior inimigo a estar do meu lado nas ruas de uma cidade grande, como São Paulo, por exemplo.
Eu sei que esse meu sentimento de “pai” acaba se estendendo aos que eu realmente amo. Mas o meu sentimento pela VIDA não faria com que esse meu inimigo, estive em risco eminente de morte!
E sabe? Fundamentei uma teoria, com base em algumas leituras de alguns sociólogos, dentre eles, um de nome bonito... ele chamava-se Eduardo Não Sei Do Que.
Ele escreveu um artigo e talvez tenha sido esse artigo que tenha me feito refletir a ponto de desenvolver algo que hoje, é o que falo.. é o que divulgo.
Em contra partida, é lógico... os meus argumentos são de confronto àquele carinha que quer trabalhar na CET para viabilizar meu transporte entre os carros:
“Ahhh nós temos que educar o trânsito. Nós temos é que criar uma via de diálogo entre motorista e ciclista e conviver em Paz no Trânsito!”
Sabe... Que se dane essa Paz!
Uma coisa que talvez hoje seja extremamente clara é que não existe PAZ no trânsito... e na verdade, visualizo que isso nunca vá existir, de fato!
É simples o raciocínio: Pegue um saco de plástico (tente reciclar antes ou depois! Afinal.. temos que ser conscientes... não são só em um setor, né?)... não.. não.. pegue um de pano!
Então.. dentro desse saco de PANO, coloque uma lâmpada. Sabe? Uma lâmpada comum.
Coloque-a cuidadosamente no saco. Pegue então, uma pedra, mais ou menos, ou um pouco maior do que a lâmpada e coloque cuidadosamente no saco.
Pronto. Saia da sua casa (ou escritório) e vá dar uma volta na rua... fique com esse saco pendurado no braço durante algumas horas do seu dia.
Pois bem... conclusões:
01 - Quer entender o que é a vida de um ciclista no trânsito?
Vamos lá... sabe a lâmpada que você colocou dentro do saco? Pois bem... o ciclista é a lâmpada. E... já que você deve estar curioso para saber o que aconteceu dentro do saco... vamos lá, abra o saco e.... NOSSA!!! A Lâmpada esta quebrada? Hummm sim, você perdeu uma lâmpada, amigo! Desculpe... esqueci de dizer que você poderia usar uma lâmpada já queimada... enfim.. cada qual com o seu prejuízo, ok? (risos..)
Portanto... TENSO! A vida de quem pedala é TENSA! A todo momento... a todo instante... a cada fração de segundo, você pode, através de um descuido seu ou do motorista... MORRER!
02 – Não se mistura!
Não existe forma amigável de misturar carro e bicicleta! Nós não temos que estar no meio dos carros, da mesma forma que não se mistura pedestre e ciclista! Nós não temos que estar nas calçadas! Da mesma forma que os carros representam risco eminente para os ciclistas. Nós, ciclistas, também somos riscos para os pedestres (eu mesmo já atropelei alguns. Dentre esses casos, um foi para o hospital, e sei lá o que aconteceu com o rapaz que foi vitima da minha falta de prudência. Mas eu juro... eu estava na minha.... Hummm.. onde eu estava? Putz! Acabei de perceber que eu não tenho espaço nas ruas! Enfim.. eu estava errado de qualquer forma, então..).
Carro usa as ruas... Pedestre usa a calçada... Ciclista usa a CICLOVIA!
E nisso eu estou bem fechado ultimamente!
Na semana passada, durante um ato em solidariedade aos direitos das mulheres, eu estava meio atrasado para uma prova... Saí correndo com minha bicicleta. Eu estava consciente do que estava fazendo, mas mesmo assim, uma senhora de certa idade gritou para mim: “Calçada não é lugar de ciclista!”
Eu passei muito distante dela! Muito mesmo.. mas mesmo assim, ela fez questão de expor o seu lado.
Bom.. eu, na minha pressa, acabei simplesmente gritando: “Desculpa senhora! Mas o Kassab ainda não fez a minha ciclovia!”
Mas eu realmente queria ter parado, para talvez gritar com ela, da mesma forma que ela gritou comigo:
“Escuta aqui senhora! Primeiro... porque você esta falando isso para mim? A senhora já parou para pensar então qual é o MEU lugar? Onde eu devo estar? Arriscando a minha vida no asfalto, enquanto a senhora fica na segurança da sua calçada? Eu quero é mais que a senhora se sinta cada vez mais ameaçada com esses ciclistas “malucos” que quase atropelam - e algumas vezes conseguem(!!) - pedestres nas calçadas... porque desta forma, talvez o movimento que vai pressionar o Estado a pensar na minha ciclovia, seja agora um pedido não só meu... mas da senhora também!”
E em outra ocasião, apenas para citar o outro lado... foi quando um motorista de ônibus quase me assassinou.
Isso aconteceu dentro da Cidade Universitária (USP), em São Paulo.
Não houve diálogo e aconteceu que, o motorista me viu de longe, mas mesmo assim jogou o ônibus em cima de mim! Ou seja, claramente tentou me matar. Porém, eu estava em um dia tranquilo.. estava cansado. Queria chegar em casa e dormir. Mas talvez ele não tenha gostado de eu tê-lo chamado de “imbecil”. Eis que o mesmo, mais a frente, me fechou e parou o ônibus, que estava cheio de estudantes.
Todos, de dentro do ônibus, assistindo, começaram a gritar que o motorista era um idiota por ter feito isso. (talvez porque alguns estudantes da USP se solidarizem com a questão do uso da bicicleta no meio urbano). Porém, o motorista, que talvez estivesse nervoso por qualquer outro motivo particular, fez questão de descer do ônibus e querer vir “tirar satisfações” olhando nos meus olhos.
O cara era grande, mas não era dois, de fato.
Eu, sentado na bicicleta pensei: “Bom.. vamos ver o que ele quer conversar comigo!”
Eis que ele se aproximou... começou a gritar comigo... falou que o asfalto não era lugar de bicicletas (e sim.. no fundo o canalha estava certo! Isso pelo menos mostrou que ele pensava um pouco!)... mas ele começou a exagerar um tanto. Começou a se aproximar mais. Até então eu estava ouvindo apenas. Não cheguei a discordar dele, até porque eu mesmo concordava com ele.
Mas ele começou a apontar o dedo quase encostando no meu nariz. E começou a ter um discurso mais inflado.
E conforme ele mesmo crescia na raiva que ele mesmo gerava... mais os estudantes gritavam e mais eu calmamente vestia meu soco inglês, com as mãos nas costas (para ele não ver o que talvez o esperava!)
Eis que do nada, ele fez um movimento jogando uma das mãos para trás... e nesse momento eu pensei: “Opa... acho que ele vai me dar um soco... e talvez esse soco tenha por objetivo o meu rosto. Droga viu!”
Enfim.. de fato aconteceu. Mas como o cara era grande e meio gordo, tão logo... meio lento. E nesse segundo, eu consegui colocar meu rosto para trás, fazendo com que a não dele conseguisse atingir somente meus óculos.
Newton estava certo em suas proposições. “Toda ação... equivale a uma reação!”
E na verdade, amigos... eu não estava nem um pouco disposto a contrariar umas das mais famosas e letais leis da física universal.
Portanto... Um soco na cara, equivale um soco na cara!
Porém, eu errei em duas coisas:
01 – Eu não acertei o rosto de dele. Acertei a testa!
02 – Eu estava de soco inglês.
Conclusão... o cara simplesmente lavou a minha mão com o sangue dele.
Sabe... eu sempre treinei algumas artes marciais de contato. Gosto. Principalmente daquelas que conseguem trabalhar corpo/mente/espírito.
Eu sempre treinei e usei o soco inglês, não para acertar o rosto de alguém... porque sei o estrago que faz... Mas sempre tentei me regrar a acertar outras partes do corpo que são igualmente efetivas, como o osso externo, que se localiza na parte frontal do peito. Ou seja, um soco bem dado ali, derruba qualquer um. E com soco inglês ainda... hummm machuca, além de derrubar!
Mas foi meio que instintivo dessa vez. Eu cheguei a olhar para o peito dele, mas talvez pelo motivo que ele tenha me colocado naquela situação, eu mirei no peito, mas meu punho foi na testa!
Ele cambaleou um pouco, mas foi o suficiente para o ônibus se calar por completo e ele voltar igual um cãozinho molhado para dentro do coletivo.
Não vou dizer que ele saiu correndo de mim, entrou no ônibus e acelerou... porque senão ficaria parecendo que ele desceu cheio de moral, apanhou e fugiu (e o que talvez tenha sido pior, é que isso foi visto por umas 25 pessoas que assistiam os fatos de camarote)
Mas enfim... eu ainda estava agora com muita vontade de fazer com que o motorista fosse embora o mais rápido para algum hospital, ou sei lá para onde.
Então.. resolvi dar a noite de folga para ele:
Ele seguiu com o ônibus pela avenida, mas para sorte ou azar dele, o primeiro sinal fechou...
Eu confesso que ainda estava com uma sede de vingança que esquentava muito muito sangue...
Enfim... talvez ele nunca mais vá se esquecer de mim. Aliás... talvez ele nunca mais se esqueça dos ciclistas.
Passei do lado do ônibus que estava parado no sinal, e aproveitando que ainda estava com o soco inglês vestido entre os dedos, enfiei metade do meu braço no pára-brisa do ônibus... o vidro se estilhaçou em milhões de pedaços... (talvez igualzinho à lâmpada que você colocou no saco com a pedra, lembra?)
Virei a primeira rua na contra mão... e sumimos um do outro.
Ali terminava mais uma história de como não existe mais diálogo quando estamos misturando duas coisas tão heterogêneas.
E sim... aquele tal carinha lá do inicio da história, lembra? O futuro engenheiro de tráfego?
Pois bem... ele ainda tentou me vender a idéia de que é preciso respeito. E que devemos compartilhar e não dividir... e todo aquele blá, blá, blá utópico de ruas floridas e pessoas caminhando felizes e que não existam mais limites entre o asfalto e a calçada e que todos possam dividir o mesmo espaço... o mesmo mundo!
Lindo isso né?
Mas penso ser bem romântico para o clima de SP!
Enquanto estamos sonhando com coisas floridas e coloridas e pessoas sorrindo numa tarde de sol na Av. Paulista... existem muitos ciclistas no asfalto ou nas calçadas pingando suor, e alguns... pingando sangue!
Temos que segregar SIM!
Temos que ter o nosso espaço! Temos que ter a nossa VIA!
Acidentes vão estar fora de cogitação?
Em hipótese alguma! Ainda acredito que vamos passar a ter acidentes envolvendo ciclistas! Mas a partir do momento que tivermos o NOSSO espaço... se algum ciclista maluco ainda assim quiser se arriscar entre os carros... que assuma os próprios riscos!
Mas dessa vez, poderemos dizer que o errado, era o ciclista! Porque ele agora tem o seu lugar, mas estava fora dele!
Ahhh sim.. o titulo né??
Bicicletada pelado! (risos..)
Vamos chamar atenção para que? Para bicicletas no asfalto?
Ahhh que divertido!
Uns optam por apoiar, outros optam simplesmente por estarem lado a lado dos carros nas cidades.
Por uma análise inicial, até então não vemos muitos problemas... Porém, o que talvez fique escondido em linhas, ou teorias burguesas de “vamos pedalar para mudar o mundo”, é que o custo é muito alto.
Na semana retrasada eu estava conversando com um talvez futuro engenheiro de alguma política pública voltada ao transporte na cidade de São Paulo – certamente um desses burgueses que estudaram o que seus pais ordenaram, e não sabem agora o que fazer agora com o diploma, e acham “bonitinho” ter uma bicicleta limpinha.
Na verdade, a teoria que ele defendia, era exata e justamente uma teoria meio que padrão de grande parte daquilo que enxergamos hoje como “ciclistas” das grandes cidades.
É triste saber que a maioria apenas adota a bicicleta e a luta por trás do uso dela, por talvez não terem sido aceitos nos Partido Comunista de suas cidades natais.
O fato é bem simples nesse linha de raciocínio. Prega-se a “Paz no Transito”, a limpeza do ar, o exercício físico, a liberdade!
Esses são alguns dos argumentos básicos e cá entre nós, argumentos tentadores e certamente convidativos àqueles carinhas que estão desenvolvendo alguma atividade de alta lucratividade e destruição para os demais setores da sociedade e do meio ambiente. De alguma forma, eles devem se redimir perante a sociedade.
“Eu destruo a minha sociedade inteira com as práticas da minha semana, mas às sextas eu tento salvar um pouquinho disso tudo!”
Desta forma, além de estarmos lidando com verdadeiros tapados, acabamos percebendo nitidamente que a proposta é apenas defendida por outros interesses.
A “Bicicletada” é um movimento que é conhecido no mundo inteiro. Mas não é raro (não mesmo!) você encontrar fumantes que acendem seus cigarros no meio da manifestação. (Estamos lutando por o que mesmo? Ar puro? Ahhhh entendi!). Ou então, que saem de suas casas com seus carros luxuosos, aos finais de semana, para se entupir de gordura cadáveres (oooppsss... acho que alguns conhecem isso como carne, talvez) seus estômagos. “
“E sobre o que mesmo que estávamos focado? Praticas saudáveis? Hummm interessante, mas acho que eu prefiro só me envolver um pouquinho nisso tudo. Quero me envolver até onde é festa... até onde é divertido. Me envolver à partir do momento que a luta passa a ser política? Ahhh isso não! Por favor... deixe isso pra lá! Eu quero é ter outros amigos além daqueles chatos do escritório.”
E é assim! É justamente ASSIM que nada e absolutamente nada vai mudar!
O que talvez conhecemos hoje como “Bicicletada”, encarada de uma forma séria ou pelo menos deveríamos encarar de uma forma séria, principalmente quando ela acontece em uma das mais importantes cidades da América Latina, é nada mais do que uma reunião de amigos e centro de exposição de idéias meramente reformistas acerca de bicicleta e trânsito.
Porém.. o buraco é mais embaixo... Existe sim a parte política. Existe sim a resistência. E existem sim os outros argumentos.
Ahhh sim.. lembrei! Aquela minha tal conversa com o carinha que vai receber R$ 12.000,00 por mês trabalhando para a CET (será que ele ainda vai se preocupar em sair de casa com sua bicicleta limpinha?), para estar “planejando” o tráfego nas grandes cidades.
Então... eu estava expondo algo que eu tenho percebido muito ao longo de alguns anos no asfalto.
Sabe... talvez a recente morte de uma ciclista tenho sido crucial para que algumas coisas começassem a mudar em mim.
Enquanto eu vi muitas lágrimas... manifestações... repúdio ao motorista que assassinou mais uma ciclista, eu fiquei refutando algumas idéias acerca do uso de bicicletas em meio ao trânsito.
E sabe onde eu cheguei?
Eu, que hoje tenho lá os meus vinte e poucos anos, passei por algumas fases, inclusive de percepção sobre a minha postura.
Já tive a minha fase pacifica, sabe?
“Bom dia senhor. O senhor sabia que quase me matou na esquina ali atrás?”
A resposta, em grande parte das vezes era:
(...)
Nenhuma... até porque o motorista apertava o botãozinho do seu luxuoso carro importado e fechava o vidro... talvez ele estivesse pensando: “Ihhh lá vem mais um daqueles hippies que quer me falar sobre o que eu fiz de errado”
(coitado dele... talvez ele tenha sido apenas um idiota filho da puta – desculpem o termo - que viveu a vida inteira pisando na cabeça de outros para chegar onde chegou, e realmente, eu entendo que ele deva estar bem cansado de saber que os erros dele já são bem vistos pelos outros...)
E de fato, sabe?
Depois eu comecei a pensar...
“Caramba... o cara quase me matou, e eu fui ser gentil com ele? Espera um pouco... que valor eu estou dando a minha própria vida? Sinceramente se um cara me ameaçar, eu vou lutar para sobreviver àquilo! E porque mesmo eu estou sendo gentil?”
Enfim... infelizmente, talvez a violência só nos atinja quando ela acontece com nós mesmos, ou tão próximo, que é impossível não enxergar!
E assim foi. Tanto que hoje... apesar de já ter incentivado muitas... mas muitas pessoas ao longo da minha curta vida, a pedalar... não seria capaz de convidar o meu pior inimigo a estar do meu lado nas ruas de uma cidade grande, como São Paulo, por exemplo.
Eu sei que esse meu sentimento de “pai” acaba se estendendo aos que eu realmente amo. Mas o meu sentimento pela VIDA não faria com que esse meu inimigo, estive em risco eminente de morte!
E sabe? Fundamentei uma teoria, com base em algumas leituras de alguns sociólogos, dentre eles, um de nome bonito... ele chamava-se Eduardo Não Sei Do Que.
Ele escreveu um artigo e talvez tenha sido esse artigo que tenha me feito refletir a ponto de desenvolver algo que hoje, é o que falo.. é o que divulgo.
Em contra partida, é lógico... os meus argumentos são de confronto àquele carinha que quer trabalhar na CET para viabilizar meu transporte entre os carros:
“Ahhh nós temos que educar o trânsito. Nós temos é que criar uma via de diálogo entre motorista e ciclista e conviver em Paz no Trânsito!”
Sabe... Que se dane essa Paz!
Uma coisa que talvez hoje seja extremamente clara é que não existe PAZ no trânsito... e na verdade, visualizo que isso nunca vá existir, de fato!
É simples o raciocínio: Pegue um saco de plástico (tente reciclar antes ou depois! Afinal.. temos que ser conscientes... não são só em um setor, né?)... não.. não.. pegue um de pano!
Então.. dentro desse saco de PANO, coloque uma lâmpada. Sabe? Uma lâmpada comum.
Coloque-a cuidadosamente no saco. Pegue então, uma pedra, mais ou menos, ou um pouco maior do que a lâmpada e coloque cuidadosamente no saco.
Pronto. Saia da sua casa (ou escritório) e vá dar uma volta na rua... fique com esse saco pendurado no braço durante algumas horas do seu dia.
Pois bem... conclusões:
01 - Quer entender o que é a vida de um ciclista no trânsito?
Vamos lá... sabe a lâmpada que você colocou dentro do saco? Pois bem... o ciclista é a lâmpada. E... já que você deve estar curioso para saber o que aconteceu dentro do saco... vamos lá, abra o saco e.... NOSSA!!! A Lâmpada esta quebrada? Hummm sim, você perdeu uma lâmpada, amigo! Desculpe... esqueci de dizer que você poderia usar uma lâmpada já queimada... enfim.. cada qual com o seu prejuízo, ok? (risos..)
Portanto... TENSO! A vida de quem pedala é TENSA! A todo momento... a todo instante... a cada fração de segundo, você pode, através de um descuido seu ou do motorista... MORRER!
02 – Não se mistura!
Não existe forma amigável de misturar carro e bicicleta! Nós não temos que estar no meio dos carros, da mesma forma que não se mistura pedestre e ciclista! Nós não temos que estar nas calçadas! Da mesma forma que os carros representam risco eminente para os ciclistas. Nós, ciclistas, também somos riscos para os pedestres (eu mesmo já atropelei alguns. Dentre esses casos, um foi para o hospital, e sei lá o que aconteceu com o rapaz que foi vitima da minha falta de prudência. Mas eu juro... eu estava na minha.... Hummm.. onde eu estava? Putz! Acabei de perceber que eu não tenho espaço nas ruas! Enfim.. eu estava errado de qualquer forma, então..).
Carro usa as ruas... Pedestre usa a calçada... Ciclista usa a CICLOVIA!
E nisso eu estou bem fechado ultimamente!
Na semana passada, durante um ato em solidariedade aos direitos das mulheres, eu estava meio atrasado para uma prova... Saí correndo com minha bicicleta. Eu estava consciente do que estava fazendo, mas mesmo assim, uma senhora de certa idade gritou para mim: “Calçada não é lugar de ciclista!”
Eu passei muito distante dela! Muito mesmo.. mas mesmo assim, ela fez questão de expor o seu lado.
Bom.. eu, na minha pressa, acabei simplesmente gritando: “Desculpa senhora! Mas o Kassab ainda não fez a minha ciclovia!”
Mas eu realmente queria ter parado, para talvez gritar com ela, da mesma forma que ela gritou comigo:
“Escuta aqui senhora! Primeiro... porque você esta falando isso para mim? A senhora já parou para pensar então qual é o MEU lugar? Onde eu devo estar? Arriscando a minha vida no asfalto, enquanto a senhora fica na segurança da sua calçada? Eu quero é mais que a senhora se sinta cada vez mais ameaçada com esses ciclistas “malucos” que quase atropelam - e algumas vezes conseguem(!!) - pedestres nas calçadas... porque desta forma, talvez o movimento que vai pressionar o Estado a pensar na minha ciclovia, seja agora um pedido não só meu... mas da senhora também!”
E em outra ocasião, apenas para citar o outro lado... foi quando um motorista de ônibus quase me assassinou.
Isso aconteceu dentro da Cidade Universitária (USP), em São Paulo.
Não houve diálogo e aconteceu que, o motorista me viu de longe, mas mesmo assim jogou o ônibus em cima de mim! Ou seja, claramente tentou me matar. Porém, eu estava em um dia tranquilo.. estava cansado. Queria chegar em casa e dormir. Mas talvez ele não tenha gostado de eu tê-lo chamado de “imbecil”. Eis que o mesmo, mais a frente, me fechou e parou o ônibus, que estava cheio de estudantes.
Todos, de dentro do ônibus, assistindo, começaram a gritar que o motorista era um idiota por ter feito isso. (talvez porque alguns estudantes da USP se solidarizem com a questão do uso da bicicleta no meio urbano). Porém, o motorista, que talvez estivesse nervoso por qualquer outro motivo particular, fez questão de descer do ônibus e querer vir “tirar satisfações” olhando nos meus olhos.
O cara era grande, mas não era dois, de fato.
Eu, sentado na bicicleta pensei: “Bom.. vamos ver o que ele quer conversar comigo!”
Eis que ele se aproximou... começou a gritar comigo... falou que o asfalto não era lugar de bicicletas (e sim.. no fundo o canalha estava certo! Isso pelo menos mostrou que ele pensava um pouco!)... mas ele começou a exagerar um tanto. Começou a se aproximar mais. Até então eu estava ouvindo apenas. Não cheguei a discordar dele, até porque eu mesmo concordava com ele.
Mas ele começou a apontar o dedo quase encostando no meu nariz. E começou a ter um discurso mais inflado.
E conforme ele mesmo crescia na raiva que ele mesmo gerava... mais os estudantes gritavam e mais eu calmamente vestia meu soco inglês, com as mãos nas costas (para ele não ver o que talvez o esperava!)
Eis que do nada, ele fez um movimento jogando uma das mãos para trás... e nesse momento eu pensei: “Opa... acho que ele vai me dar um soco... e talvez esse soco tenha por objetivo o meu rosto. Droga viu!”
Enfim.. de fato aconteceu. Mas como o cara era grande e meio gordo, tão logo... meio lento. E nesse segundo, eu consegui colocar meu rosto para trás, fazendo com que a não dele conseguisse atingir somente meus óculos.
Newton estava certo em suas proposições. “Toda ação... equivale a uma reação!”
E na verdade, amigos... eu não estava nem um pouco disposto a contrariar umas das mais famosas e letais leis da física universal.
Portanto... Um soco na cara, equivale um soco na cara!
Porém, eu errei em duas coisas:
01 – Eu não acertei o rosto de dele. Acertei a testa!
02 – Eu estava de soco inglês.
Conclusão... o cara simplesmente lavou a minha mão com o sangue dele.
Sabe... eu sempre treinei algumas artes marciais de contato. Gosto. Principalmente daquelas que conseguem trabalhar corpo/mente/espírito.
Eu sempre treinei e usei o soco inglês, não para acertar o rosto de alguém... porque sei o estrago que faz... Mas sempre tentei me regrar a acertar outras partes do corpo que são igualmente efetivas, como o osso externo, que se localiza na parte frontal do peito. Ou seja, um soco bem dado ali, derruba qualquer um. E com soco inglês ainda... hummm machuca, além de derrubar!
Mas foi meio que instintivo dessa vez. Eu cheguei a olhar para o peito dele, mas talvez pelo motivo que ele tenha me colocado naquela situação, eu mirei no peito, mas meu punho foi na testa!
Ele cambaleou um pouco, mas foi o suficiente para o ônibus se calar por completo e ele voltar igual um cãozinho molhado para dentro do coletivo.
Não vou dizer que ele saiu correndo de mim, entrou no ônibus e acelerou... porque senão ficaria parecendo que ele desceu cheio de moral, apanhou e fugiu (e o que talvez tenha sido pior, é que isso foi visto por umas 25 pessoas que assistiam os fatos de camarote)
Mas enfim... eu ainda estava agora com muita vontade de fazer com que o motorista fosse embora o mais rápido para algum hospital, ou sei lá para onde.
Então.. resolvi dar a noite de folga para ele:
Ele seguiu com o ônibus pela avenida, mas para sorte ou azar dele, o primeiro sinal fechou...
Eu confesso que ainda estava com uma sede de vingança que esquentava muito muito sangue...
Enfim... talvez ele nunca mais vá se esquecer de mim. Aliás... talvez ele nunca mais se esqueça dos ciclistas.
Passei do lado do ônibus que estava parado no sinal, e aproveitando que ainda estava com o soco inglês vestido entre os dedos, enfiei metade do meu braço no pára-brisa do ônibus... o vidro se estilhaçou em milhões de pedaços... (talvez igualzinho à lâmpada que você colocou no saco com a pedra, lembra?)
Virei a primeira rua na contra mão... e sumimos um do outro.
Ali terminava mais uma história de como não existe mais diálogo quando estamos misturando duas coisas tão heterogêneas.
E sim... aquele tal carinha lá do inicio da história, lembra? O futuro engenheiro de tráfego?
Pois bem... ele ainda tentou me vender a idéia de que é preciso respeito. E que devemos compartilhar e não dividir... e todo aquele blá, blá, blá utópico de ruas floridas e pessoas caminhando felizes e que não existam mais limites entre o asfalto e a calçada e que todos possam dividir o mesmo espaço... o mesmo mundo!
Lindo isso né?
Mas penso ser bem romântico para o clima de SP!
Enquanto estamos sonhando com coisas floridas e coloridas e pessoas sorrindo numa tarde de sol na Av. Paulista... existem muitos ciclistas no asfalto ou nas calçadas pingando suor, e alguns... pingando sangue!
Temos que segregar SIM!
Temos que ter o nosso espaço! Temos que ter a nossa VIA!
Acidentes vão estar fora de cogitação?
Em hipótese alguma! Ainda acredito que vamos passar a ter acidentes envolvendo ciclistas! Mas a partir do momento que tivermos o NOSSO espaço... se algum ciclista maluco ainda assim quiser se arriscar entre os carros... que assuma os próprios riscos!
Mas dessa vez, poderemos dizer que o errado, era o ciclista! Porque ele agora tem o seu lugar, mas estava fora dele!
Ahhh sim.. o titulo né??
Bicicletada pelado! (risos..)
Vamos chamar atenção para que? Para bicicletas no asfalto?
Ahhh que divertido!
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
RAF
Vem aí...
E para quem quiser saber mais sobre essa história, um bom livro em português. Editado pela velha e boa Editora Conrad, com a sua conhecida e esperada Coleção Baderna.
O título?
Lá vai...
"Televisionários - Tom Vague"
Qualquer 10 contos de réis consegue retirar esse livro de um sebo!
Leiam... porque o filme mesmo, talvez esteja nas telonas só em Junho ou Julho, ou antes, dependendo do "mercado paralelo".
E para quem quiser saber mais sobre essa história, um bom livro em português. Editado pela velha e boa Editora Conrad, com a sua conhecida e esperada Coleção Baderna.
O título?
Lá vai...
"Televisionários - Tom Vague"
Qualquer 10 contos de réis consegue retirar esse livro de um sebo!
Leiam... porque o filme mesmo, talvez esteja nas telonas só em Junho ou Julho, ou antes, dependendo do "mercado paralelo".
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
UM MOTOR POR UMA VIDA
Pois bem...
É hora de voltar! É hora de ressurgir com a URGENCIA DAS RUAS! Não existe mais trégua.
A guerra existe não só nesse sentido. Mas em tantos outros. Dia 14 de Janeiro de 2009. Morre mais um soldado que estava na linha de frente na batalha.
De quem estamos falando? De qualquer um que morreu lutando por acreditar que as coisas fossem mudar um dia. Alguém morreu no dia 14 em cada canto desse mundo. Mas aqui, expresso a revolta por saber que uma amiga derramou seu sangue no asfalto de São Paulo, e não de uma forma pior do que os demais derramamentos de sangue por toda a capital, desta vez, um dos principais cartões postais de São Paulo, a Av. Paulista, foi manchada de sangue de uma ciclista, que nada mais fazia no momento de seu assassinato, do que exercer o seu direito de se locomover com o meio de transporte escolhido: A bicicleta!
Pois bem... lamentações especificas à parte, a perda realmente deixa lacunas anualmente. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), as mortes na cidade de São Paulo reduziram de 83 em 2007, para 55 em 2008.
De fato, o Motorista do coletivo que manusiava o mosntro pela avenida, diz lamentar, mas que não houve culpa. MENTIRA!
Não há mais o que esperar desses doentes no transito. Uma coisa que eu sempre deixo claro para quem resolve subir em uma bicicleta e enfrentar diariamente a “Guerra do Asphalto”, é que ela é assassina! É uma luta desleal! Não se compara o valor de uma vida, com o valor de um patrimônio!
Em um acidente de transito, onde estão envolvidos bicicletas, o risco é de vida para o ciclista e o risco é patrimonial para o condutor do veículo. Não tem como comparar!
Alguns já tentaram parar seus dias e me explicar a relação de PAZ no transito, e de que teríamos que manter o diálogo com os motoristas... Porém, o meu contra argumento é preciso e cético ao analisar a situação de forma clara. Eu sei o que é pedalar em São Paulo. Não falo aqui, sentado e observando tudo de fora! Falo, pois há pouco menos de umas duas horas, eu estava com a minha bicicleta exatamente na mesma avenida onde no dia 14 morreu uma amiga, uma ciclista e um soldado! E eu sei exatamente o que significa para mim chegar em casa, tirar a camisa, me olhar no espelho, encarar meus próprios olhos e dizer: “É... mais um dia! Você ainda esta vivo!”.
O que há com a realidade no transito? Que diálogo estamos tentando encontrar? Fazer com que um motorista entenda que ele DEVE (POR OBRIGAÇÂO DE UMA LEI QUE PODE PUNI-LO!) manter 1,5 metro de distancia de qualquer bicicleta? Tudo bem... acredito até que isso possa acontecer, mas o dia que esse motorista estiver 10 minutos atrasado para chegar no seu trabalho que lhe paga mensalmente 4 mil reais, ela não vai pensar duas vezes em enfiar o pé até o final no acelerador de seu carro, e tão logo, poderá estar enfiando esse mesmo carro, na frente de um ciclista!
Não existe diálogo. Toda grande mudança aconteceu por vias de fato. O violento só conhece a violência como forma de entendimento.
Qual o objetivo? O objetivo é o de a partir de hoje, o mesmo número de mortes, ser o mesmo número de carros queimados em São Paulo... Começa hoje, dia 14 de Janeiro. Vamos começar vingando as mortes de 2008. 55 ao todo!
O Movimento se chamará “UM MOTOR POR UMA VIDA!” e isso desencadeará um questionamento sério, para que todos os programas de políticas públicas nacionais passem a enxergar o ciclista como um veículo de transporte, e não simplesmente como item de lazer dentro de uma sociedade, principalmente em uma cidade tão problemática em relação ao trânsito, como São Paulo é!
Isso não é uma ação focada na morte dessa ou de outra pessoa! Essa forma de deixar claro que de boa relação com o trânsito nós estamos CANSADOS! Quantos motoristas morreram ao se envolverem com acidentes com ciclistas? Mas quantos ciclistas morreram ao se envolverem com acidentes com carros?
É hora de começar a reverter esse quadro.
Video Homenagem:
Homenagem à Márcia from Lilx on Vimeo.
É hora de voltar! É hora de ressurgir com a URGENCIA DAS RUAS! Não existe mais trégua.
A guerra existe não só nesse sentido. Mas em tantos outros. Dia 14 de Janeiro de 2009. Morre mais um soldado que estava na linha de frente na batalha.
De quem estamos falando? De qualquer um que morreu lutando por acreditar que as coisas fossem mudar um dia. Alguém morreu no dia 14 em cada canto desse mundo. Mas aqui, expresso a revolta por saber que uma amiga derramou seu sangue no asfalto de São Paulo, e não de uma forma pior do que os demais derramamentos de sangue por toda a capital, desta vez, um dos principais cartões postais de São Paulo, a Av. Paulista, foi manchada de sangue de uma ciclista, que nada mais fazia no momento de seu assassinato, do que exercer o seu direito de se locomover com o meio de transporte escolhido: A bicicleta!
Pois bem... lamentações especificas à parte, a perda realmente deixa lacunas anualmente. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), as mortes na cidade de São Paulo reduziram de 83 em 2007, para 55 em 2008.
De fato, o Motorista do coletivo que manusiava o mosntro pela avenida, diz lamentar, mas que não houve culpa. MENTIRA!
Não há mais o que esperar desses doentes no transito. Uma coisa que eu sempre deixo claro para quem resolve subir em uma bicicleta e enfrentar diariamente a “Guerra do Asphalto”, é que ela é assassina! É uma luta desleal! Não se compara o valor de uma vida, com o valor de um patrimônio!
Em um acidente de transito, onde estão envolvidos bicicletas, o risco é de vida para o ciclista e o risco é patrimonial para o condutor do veículo. Não tem como comparar!
Alguns já tentaram parar seus dias e me explicar a relação de PAZ no transito, e de que teríamos que manter o diálogo com os motoristas... Porém, o meu contra argumento é preciso e cético ao analisar a situação de forma clara. Eu sei o que é pedalar em São Paulo. Não falo aqui, sentado e observando tudo de fora! Falo, pois há pouco menos de umas duas horas, eu estava com a minha bicicleta exatamente na mesma avenida onde no dia 14 morreu uma amiga, uma ciclista e um soldado! E eu sei exatamente o que significa para mim chegar em casa, tirar a camisa, me olhar no espelho, encarar meus próprios olhos e dizer: “É... mais um dia! Você ainda esta vivo!”.
O que há com a realidade no transito? Que diálogo estamos tentando encontrar? Fazer com que um motorista entenda que ele DEVE (POR OBRIGAÇÂO DE UMA LEI QUE PODE PUNI-LO!) manter 1,5 metro de distancia de qualquer bicicleta? Tudo bem... acredito até que isso possa acontecer, mas o dia que esse motorista estiver 10 minutos atrasado para chegar no seu trabalho que lhe paga mensalmente 4 mil reais, ela não vai pensar duas vezes em enfiar o pé até o final no acelerador de seu carro, e tão logo, poderá estar enfiando esse mesmo carro, na frente de um ciclista!
Não existe diálogo. Toda grande mudança aconteceu por vias de fato. O violento só conhece a violência como forma de entendimento.
Qual o objetivo? O objetivo é o de a partir de hoje, o mesmo número de mortes, ser o mesmo número de carros queimados em São Paulo... Começa hoje, dia 14 de Janeiro. Vamos começar vingando as mortes de 2008. 55 ao todo!
O Movimento se chamará “UM MOTOR POR UMA VIDA!” e isso desencadeará um questionamento sério, para que todos os programas de políticas públicas nacionais passem a enxergar o ciclista como um veículo de transporte, e não simplesmente como item de lazer dentro de uma sociedade, principalmente em uma cidade tão problemática em relação ao trânsito, como São Paulo é!
Isso não é uma ação focada na morte dessa ou de outra pessoa! Essa forma de deixar claro que de boa relação com o trânsito nós estamos CANSADOS! Quantos motoristas morreram ao se envolverem com acidentes com ciclistas? Mas quantos ciclistas morreram ao se envolverem com acidentes com carros?
É hora de começar a reverter esse quadro.
Video Homenagem:
Homenagem à Márcia from Lilx on Vimeo.
sábado, 18 de outubro de 2008
sábado, 30 de agosto de 2008
04 - Meio de Transporte
Bom... quem conhece sabe! Depender de meio de transporte publico em São Paulo é péssimo.
Porém, trabalhar e pagar a conta mensal para usufruir de um automóvel talvez não seja a solução mais viável para quem vive aqui.
Congestionamentos quilométricos. Estacionamentos caros. Gasolina. Poluição. Buzina... enfim!
E nem sempre a solução esta debaixo da terra. Afinal, essa grande idéia de “ahh hoje eu vou de metrô” foi a mesma adotada por outras milhões de pessoas! E você, mais cedo, ou mais tarde (na verdade. É só o tempo de vc entrar em alguma estação!) vc irá perceber isso, quando olhar a sua volta e perceber que mal consegue respirar.
É amigo... bem vindo à São Paulo!
Mas existe alguma formas de vc burlar esses sistemas.
Por mais que exista uma certa necessidade de vc entrar vez ou oura no metrô... sempre existe uma forma maliciosa de pular a catraca.
Na verdade, eu não sou muito expert nisso, e até gostaria um dia de entender mais sobre isso. Estou sempre me atualizando. Mas talvez eu tenha tentado isso duas vezes, das quais tive algumas percepções básicas:
01: Para fazer isso requer sangue frio
02: Os funcionários do metrô de São Paulo são simplesmente treinados para matar. Atenção!
Na primeira vez que fiz, eu estava com um amigo que fez com que eu mal entendesse o que estava acontecendo. Apenas pediu para eu seguir ele e quando eu menos percebi.. eu estava dentro da estação sem ter sequer pagado a passagem.
E na segunda fez... quando eu “achava” ter o conhecimento da técnica... literalmente as coisas não deram muito certo. Foi então que eu tive a percepção de número 02, conforme citado acima. Portanto... a conclusão é que: Tem como? Sim! Tem “jeitinho” para tudo. Mas é sempre bom estar atento.
Mas isso é apenas uma forma de vez ou outra burlar o sistema. Não acredito que vc consiga depender sempre dessa tática para se locomover em São Paulo.
Nesse caso, vc precisa de algo que possa ser certo. Como ir a pé, de bicicleta, de carona... mas simplesmente ir!
Ir a pé:
É ótimo! Isso permite que vc possa sentir mais o seu espaço. E se vc estiver com um walkman então... melhor ainda! O problema disso é a relação distância/tempo.
Mas nada que uma boa programação não resolva. É só colocar na contabilidade a média de tempo que vc faz por quilômetro andado (procure saber essa média... marque um ponto A – pode ser a sua casa – e depois marque um ponto B – pode ser a padaria. Saiba quanto tempo vc gasta para chegar até lá andando. E depois é só imaginar esse percurso e multiplicar pelo percurso que vc pretende percorrer...). Mas ainda assim podem existir situações não diretamente possíveis. Como vc morar no Ipiranga e trabalhar no Centro da Cidade. Não é impossível, é claro! Mas talvez vc já tenha coisas melhores a fazer do que simplesmente andar.
Ir de Bicicleta:
Sem dúvida, ao meu entender, esse é o meio de transporte perfeito para quem esta na “correria” em uma cidade como São Paulo. Por mais que São Paulo não tenha ciclovias (ok..ok... tem sim! No Ibirapuera, por exemplo!), andar de bicicleta em São Paulo é sempre um prazer.
Mas como todo prazer exige um risco para ser sentido. As ruas de São Paulo são sempre uma ameaça para um ciclista.
De antemão, todo motorista é um filha da puta (desculpem o termo!) nato. Talvez seja generalizar demais, mas é uma luta desleal no trânsito. Nunca vivenciei em quase dois anos de bicicleta em São Paulo que vivi e tantos outros que pedalo, algum gesto de respeito partindo deles. E como já venho usando e incentivando o uso de bicicleta por alguns anos e por algumas cidades que morei, teria hoje uma conclusão: Motoristas de ônibus e taxistas são os campeões.
Não tenho nada contra a personalidade deles... mas sem dúvidas são os que mais acreditam ser os donos das ruas...
Sabe... andar de bicicleta em São Paulo é um risco constante. Mas isso também é bastante ditado pelo próprio ritmo que VC impõe sobre o próprio transito.
Se vc for agressivo com ele, ele será agressivo com vc. Porém... o contrario não se aplica. E é justamente por isso que não é algo de igual para igual.
Eu costumo dizer que o trânsito é uma guerra, e cada trajeto é uma batalha.
Todo dia que pego a minha bicicleta (carinhosamente apelidada de “White Bird” – Passaro Branco ou simplesmente como “La Poderosa” – A Poderosa) imagino mil situações de risco que vou viver.
Mas mesmo assim, não deixo de enxergar a bicicleta como o meio de transporte ideal para São Paulo. Tenha uma boa bicicleta (ora! Coloque na ponta do lápis! Quanto de dinheiro vc já não gastou com o sistema de transporte? Com certeza muito dinheiro! Então não reclame por ter que pagar um pouco mais caro por uma boa bicicleta. Pense no custo/beneficio!). Ande de capacete (hummm ok... eu estou escrevendo isso aqui, mas eu só uso capacete mesmo quando vou pegar estrada para viajar...), mas mesmo assim, é super importante usar capacete na cidade. Um simples tombinho bobo na cidade pode custar graves ferimentos. E acima de tudo, viva o transito. Encare-o de frente. Não se intimide com o tamanho do carro em relação à vc e sua bicicleta.
Posicione-se em um canto da pista (escolha sempre andar pela direita) e permaneça lá. Tenha em mente que as ruas também são suas. Vc esta se locomovendo como qualquer outro meio de transporte. Uns estão de ônibus, outros de carro, outros ainda de moto... mas vc esta do bicicleta! Ocupe o seu espaço no asfalto!
Quando pedalar com duas ou mais pessoas, vocês estarão aptos a ocupar uma faixa da via publica. O importante, como já disse, é não ter medo de carro. Se imponha! Se buzinarem... deixem buzinar!
O ciclista hoje em São Paulo vive um grande dilema. Alguns grupos organizados estão almejando um diálogo com a cidade para que esse especo seja conquistado. Mas essa luta pelo diálogo não é de hoje, e ela existe, pelo menos, desde que eu comecei a pedalar há uns 12 anos atrás. Na verdade, pouco mudou. O desrespeito continua a acontecer e nada muda.
É bom, portanto, vc conhecer um pouco mais dos seus direitos como ciclista e tão logo, os seus também deveres. (mas cá entre nós... isso só serve mesmo se um dia vc tiver que dialogar ou discutir sobre isso com alguém.. o que em São Paulo... é bem difícil, mas é sempre bom saber do que esta falando!).
Porém existem outro indivíduos que já não estão perpetuando essa cultura de paz no trânsito.
Se isso é uma guerra, temos que conhecer nosso inimigo e derrotá-lo.
Eu costumo incentivar uma postura de enfrentamento. Confesso que eu sou a paciência em pessoa, mas a dinâmica das ruas muitas vezes faz com que não tenhamos voz para explicar qualquer que seja o ponto. E nesse caso, portanto, são válidas as ações!
Um breve histórico do que hoje acontece em São Paulo com os motoqueiros, ou então os conhecidos “motoboys”. Vamos traçar um paralelo e ver como eles conseguiram o respeito deles nas ruas.
Muito motorista hoje simplesmente temem os motoqueiros, porque existiu uma série de atitudes vista como “violentas” vindas desses motoqueiros. Não tenho duvidas de que o crescimento de usuários de motocicletas na cidade de São Paulo tenha sido algo literalmente de uma hora para outra. E quando menos se esperou e antes de qualquer planejamento ou educação no transito paulista, as ruas estavam simplesmente tomadas por eles.
O que aconteceu, então? Uma guerra que sem duvidas gerou muitas vitimas. Porém, em geral os motoqueiros começaram a lutar pelo espaço e mesmo dando muita pesada nos retrovisores de carros, hoje, podemos ver um certo “respeito” que os motoqueiros conquistaram no transito Paulista. Um respeito que não veio de nenhuma LEI do Estado. Um respeito que não veio de um diálogo do tipo: “Olha aqui senhor motorista de carro, vc fica desse lado e nós ficamos aqui desse lado, ok?”.
O “respeito” foi simplesmente aplicado em vias de fato. Se é violência a linguagem do asfalto e se é assim que os carros e ônibus vão entender o recado, foi exatamente isso que foi feito.
Quando vc anda pela Av. Paulista, por exemplo, vc vê nitidamente o chamado “corredor” formado na ultima faixa de circulação do lado esquerdo. Aquilo é a prova viva de uma mensagem que foi passada de gradativa sim... mas muitos retrovisores de carros foram derrubados até que a sociedade entendesse que eles (os motoqueiros) estavam ali na ruas e queriam o seu espaço.
E hoje... cá estamos, com nossas bicicletas. Hoje a cidade já esta saturada de ônibus e carros, e começa a dar sinais que é hora de começarmos a refletir sobre o uso de transportes alternativos.
Isso, inclusive, é a proposta de uma infinidade de políticos que estão propondo isso em vias legais. Porém... a minha correria é agora! Eu tenho que sair da minha casa e ir para o meu objetivo agora. E é de bicicleta que eu vou.
E como fogo se combate com fogo, não vejo outros meios de ser gentil em uma batalha desleal. Pois observe:
Um carro é no mínimo umas 8 a 10 vezes maior do que vc e sua bicicleta. Pesa infinitas vezes mais. Em um acidente entre um carro e uma bicicleta, o risco ao ciclista é a própria vida. O risco ao carro é apenas patrimonial.
Quando um carro esta te vendo e mesmo assim avança em sua direção, eu enxergo isso como nada mais, nada menos do que um atentado à vida. Quase que uma tentativa de homicídio.
Não há que existir esse diálogo. Aqui se faz, aqui se paga!
Um acidente bobo pode facilmente custar a sua vida. E como eu não estou de brincadeira com a minha. Eu vou lutar. E se vc pretende fazer com que a sua voz seja ouvida no transito de São Paulo... apenas escolha as suas armas.
Falando nisso... uma ferramenta perfeita para qualquer situação no trânsito, usado por um ciclista, podem ser várias. Uma simples corrente pode dar o troco na medida à um carro que resolveu que ele é o dono da rua. Ou se vc preferir, entenda de uma vez por todas que o carro é maior do a sua bicicleta, mas quem esta dirigindo é um ser humano como vc. Se ele esta usando o carro como uma arma... aprenda a usar as suas armas também.
A bicicleta tem uma vantagem sobre esses caras que dirigem e se acham donos das ruas... com uma bicicleta vc pode sumir em pouco segundos. Vc pode, inclusive, evacuar a área pela contra-mão (evite andar na contra-mão e situações normais..).
Uma corrente pode acertar o pára-brisa de um carro.
Outra forma de se defender no transito e bem fácil de manusear, é um “soco-inglês”. Com um desses, você pode aplicar a justiça contra um carro em pouco segundos e de uma forma bem fácil.
Outra ferramenta bem usada, mas essa e só vi em países da Europa e por certos grupos, é o Nun-chako. Mas para isso requer um pouco de pratica por parte do usuário. Mas em ação, é considerado uma ótima arma de auto-defesa contra carros e ônibus.
E não me venha com ladainhas de que a violência gera violência!
Eu cansei de tentar conversar com motoristas de carros e ônibus e explicar o que estava acontecendo. Explicar que ele me viu, mas mesmo assim resolveu jogar aquele carro para cima de mim!
Mas nada adiantou! Quem usa um carro, acredita estar com uma enorme arma e com um grande poder em mãos. E para lutar contra... apenas saiba usar as suas armas.
Enfim...
Ir de Carona:
Em São Paulo? (risos..)
Hoje mesmo, estava eu esperando o ônibus com uma grande amiga minha (eu estava de bike.. apenas estava aguardando o ônibus dela chegar...), e estávamos contando quantos carros estavam vazios, ou seja, somente com o motorista dentro dele.
Bom... 80% dos carros somente com o motorista.
O Carro institui uma individualidade ímpar na sociedade. Fez com que a função social de uma automóvel fosse transferida para “status” social.
Eu já ouvi muitos dizerem que a “violência” seria um bom argumento para que não existisse essa cultura de “carona” aqui em São Paulo. Mas isso eu percebi que é apenas desculpa. Não temos mesmo essa cultura e ponto final, porque simplesmente muitas vezes não damos carona para o nosso próprio visinho!
Bom... Finalizando... eu queria deixar aqui alguns materiais que podem ser úteis para quem quiser se informar mais sobre transportes alternativos:
Vídeo:
SOCIEDADE DO AUTOMÓVEL
Livro:
APOCALIPSE MOTORIZADO (Ned Ludd)
Porém, trabalhar e pagar a conta mensal para usufruir de um automóvel talvez não seja a solução mais viável para quem vive aqui.
Congestionamentos quilométricos. Estacionamentos caros. Gasolina. Poluição. Buzina... enfim!
E nem sempre a solução esta debaixo da terra. Afinal, essa grande idéia de “ahh hoje eu vou de metrô” foi a mesma adotada por outras milhões de pessoas! E você, mais cedo, ou mais tarde (na verdade. É só o tempo de vc entrar em alguma estação!) vc irá perceber isso, quando olhar a sua volta e perceber que mal consegue respirar.
É amigo... bem vindo à São Paulo!
Mas existe alguma formas de vc burlar esses sistemas.
Por mais que exista uma certa necessidade de vc entrar vez ou oura no metrô... sempre existe uma forma maliciosa de pular a catraca.
Na verdade, eu não sou muito expert nisso, e até gostaria um dia de entender mais sobre isso. Estou sempre me atualizando. Mas talvez eu tenha tentado isso duas vezes, das quais tive algumas percepções básicas:
01: Para fazer isso requer sangue frio
02: Os funcionários do metrô de São Paulo são simplesmente treinados para matar. Atenção!
Na primeira vez que fiz, eu estava com um amigo que fez com que eu mal entendesse o que estava acontecendo. Apenas pediu para eu seguir ele e quando eu menos percebi.. eu estava dentro da estação sem ter sequer pagado a passagem.
E na segunda fez... quando eu “achava” ter o conhecimento da técnica... literalmente as coisas não deram muito certo. Foi então que eu tive a percepção de número 02, conforme citado acima. Portanto... a conclusão é que: Tem como? Sim! Tem “jeitinho” para tudo. Mas é sempre bom estar atento.
Mas isso é apenas uma forma de vez ou outra burlar o sistema. Não acredito que vc consiga depender sempre dessa tática para se locomover em São Paulo.
Nesse caso, vc precisa de algo que possa ser certo. Como ir a pé, de bicicleta, de carona... mas simplesmente ir!
Ir a pé:
É ótimo! Isso permite que vc possa sentir mais o seu espaço. E se vc estiver com um walkman então... melhor ainda! O problema disso é a relação distância/tempo.
Mas nada que uma boa programação não resolva. É só colocar na contabilidade a média de tempo que vc faz por quilômetro andado (procure saber essa média... marque um ponto A – pode ser a sua casa – e depois marque um ponto B – pode ser a padaria. Saiba quanto tempo vc gasta para chegar até lá andando. E depois é só imaginar esse percurso e multiplicar pelo percurso que vc pretende percorrer...). Mas ainda assim podem existir situações não diretamente possíveis. Como vc morar no Ipiranga e trabalhar no Centro da Cidade. Não é impossível, é claro! Mas talvez vc já tenha coisas melhores a fazer do que simplesmente andar.
Ir de Bicicleta:
Sem dúvida, ao meu entender, esse é o meio de transporte perfeito para quem esta na “correria” em uma cidade como São Paulo. Por mais que São Paulo não tenha ciclovias (ok..ok... tem sim! No Ibirapuera, por exemplo!), andar de bicicleta em São Paulo é sempre um prazer.
Mas como todo prazer exige um risco para ser sentido. As ruas de São Paulo são sempre uma ameaça para um ciclista.
De antemão, todo motorista é um filha da puta (desculpem o termo!) nato. Talvez seja generalizar demais, mas é uma luta desleal no trânsito. Nunca vivenciei em quase dois anos de bicicleta em São Paulo que vivi e tantos outros que pedalo, algum gesto de respeito partindo deles. E como já venho usando e incentivando o uso de bicicleta por alguns anos e por algumas cidades que morei, teria hoje uma conclusão: Motoristas de ônibus e taxistas são os campeões.
Não tenho nada contra a personalidade deles... mas sem dúvidas são os que mais acreditam ser os donos das ruas...
Sabe... andar de bicicleta em São Paulo é um risco constante. Mas isso também é bastante ditado pelo próprio ritmo que VC impõe sobre o próprio transito.
Se vc for agressivo com ele, ele será agressivo com vc. Porém... o contrario não se aplica. E é justamente por isso que não é algo de igual para igual.
Eu costumo dizer que o trânsito é uma guerra, e cada trajeto é uma batalha.
Todo dia que pego a minha bicicleta (carinhosamente apelidada de “White Bird” – Passaro Branco ou simplesmente como “La Poderosa” – A Poderosa) imagino mil situações de risco que vou viver.
Mas mesmo assim, não deixo de enxergar a bicicleta como o meio de transporte ideal para São Paulo. Tenha uma boa bicicleta (ora! Coloque na ponta do lápis! Quanto de dinheiro vc já não gastou com o sistema de transporte? Com certeza muito dinheiro! Então não reclame por ter que pagar um pouco mais caro por uma boa bicicleta. Pense no custo/beneficio!). Ande de capacete (hummm ok... eu estou escrevendo isso aqui, mas eu só uso capacete mesmo quando vou pegar estrada para viajar...), mas mesmo assim, é super importante usar capacete na cidade. Um simples tombinho bobo na cidade pode custar graves ferimentos. E acima de tudo, viva o transito. Encare-o de frente. Não se intimide com o tamanho do carro em relação à vc e sua bicicleta.
Posicione-se em um canto da pista (escolha sempre andar pela direita) e permaneça lá. Tenha em mente que as ruas também são suas. Vc esta se locomovendo como qualquer outro meio de transporte. Uns estão de ônibus, outros de carro, outros ainda de moto... mas vc esta do bicicleta! Ocupe o seu espaço no asfalto!
Quando pedalar com duas ou mais pessoas, vocês estarão aptos a ocupar uma faixa da via publica. O importante, como já disse, é não ter medo de carro. Se imponha! Se buzinarem... deixem buzinar!
O ciclista hoje em São Paulo vive um grande dilema. Alguns grupos organizados estão almejando um diálogo com a cidade para que esse especo seja conquistado. Mas essa luta pelo diálogo não é de hoje, e ela existe, pelo menos, desde que eu comecei a pedalar há uns 12 anos atrás. Na verdade, pouco mudou. O desrespeito continua a acontecer e nada muda.
É bom, portanto, vc conhecer um pouco mais dos seus direitos como ciclista e tão logo, os seus também deveres. (mas cá entre nós... isso só serve mesmo se um dia vc tiver que dialogar ou discutir sobre isso com alguém.. o que em São Paulo... é bem difícil, mas é sempre bom saber do que esta falando!).
Porém existem outro indivíduos que já não estão perpetuando essa cultura de paz no trânsito.
Se isso é uma guerra, temos que conhecer nosso inimigo e derrotá-lo.
Eu costumo incentivar uma postura de enfrentamento. Confesso que eu sou a paciência em pessoa, mas a dinâmica das ruas muitas vezes faz com que não tenhamos voz para explicar qualquer que seja o ponto. E nesse caso, portanto, são válidas as ações!
Um breve histórico do que hoje acontece em São Paulo com os motoqueiros, ou então os conhecidos “motoboys”. Vamos traçar um paralelo e ver como eles conseguiram o respeito deles nas ruas.
Muito motorista hoje simplesmente temem os motoqueiros, porque existiu uma série de atitudes vista como “violentas” vindas desses motoqueiros. Não tenho duvidas de que o crescimento de usuários de motocicletas na cidade de São Paulo tenha sido algo literalmente de uma hora para outra. E quando menos se esperou e antes de qualquer planejamento ou educação no transito paulista, as ruas estavam simplesmente tomadas por eles.
O que aconteceu, então? Uma guerra que sem duvidas gerou muitas vitimas. Porém, em geral os motoqueiros começaram a lutar pelo espaço e mesmo dando muita pesada nos retrovisores de carros, hoje, podemos ver um certo “respeito” que os motoqueiros conquistaram no transito Paulista. Um respeito que não veio de nenhuma LEI do Estado. Um respeito que não veio de um diálogo do tipo: “Olha aqui senhor motorista de carro, vc fica desse lado e nós ficamos aqui desse lado, ok?”.
O “respeito” foi simplesmente aplicado em vias de fato. Se é violência a linguagem do asfalto e se é assim que os carros e ônibus vão entender o recado, foi exatamente isso que foi feito.
Quando vc anda pela Av. Paulista, por exemplo, vc vê nitidamente o chamado “corredor” formado na ultima faixa de circulação do lado esquerdo. Aquilo é a prova viva de uma mensagem que foi passada de gradativa sim... mas muitos retrovisores de carros foram derrubados até que a sociedade entendesse que eles (os motoqueiros) estavam ali na ruas e queriam o seu espaço.
E hoje... cá estamos, com nossas bicicletas. Hoje a cidade já esta saturada de ônibus e carros, e começa a dar sinais que é hora de começarmos a refletir sobre o uso de transportes alternativos.
Isso, inclusive, é a proposta de uma infinidade de políticos que estão propondo isso em vias legais. Porém... a minha correria é agora! Eu tenho que sair da minha casa e ir para o meu objetivo agora. E é de bicicleta que eu vou.
E como fogo se combate com fogo, não vejo outros meios de ser gentil em uma batalha desleal. Pois observe:
Um carro é no mínimo umas 8 a 10 vezes maior do que vc e sua bicicleta. Pesa infinitas vezes mais. Em um acidente entre um carro e uma bicicleta, o risco ao ciclista é a própria vida. O risco ao carro é apenas patrimonial.
Quando um carro esta te vendo e mesmo assim avança em sua direção, eu enxergo isso como nada mais, nada menos do que um atentado à vida. Quase que uma tentativa de homicídio.
Não há que existir esse diálogo. Aqui se faz, aqui se paga!
Um acidente bobo pode facilmente custar a sua vida. E como eu não estou de brincadeira com a minha. Eu vou lutar. E se vc pretende fazer com que a sua voz seja ouvida no transito de São Paulo... apenas escolha as suas armas.
Falando nisso... uma ferramenta perfeita para qualquer situação no trânsito, usado por um ciclista, podem ser várias. Uma simples corrente pode dar o troco na medida à um carro que resolveu que ele é o dono da rua. Ou se vc preferir, entenda de uma vez por todas que o carro é maior do a sua bicicleta, mas quem esta dirigindo é um ser humano como vc. Se ele esta usando o carro como uma arma... aprenda a usar as suas armas também.
A bicicleta tem uma vantagem sobre esses caras que dirigem e se acham donos das ruas... com uma bicicleta vc pode sumir em pouco segundos. Vc pode, inclusive, evacuar a área pela contra-mão (evite andar na contra-mão e situações normais..).
Uma corrente pode acertar o pára-brisa de um carro.
Outra forma de se defender no transito e bem fácil de manusear, é um “soco-inglês”. Com um desses, você pode aplicar a justiça contra um carro em pouco segundos e de uma forma bem fácil.
Outra ferramenta bem usada, mas essa e só vi em países da Europa e por certos grupos, é o Nun-chako. Mas para isso requer um pouco de pratica por parte do usuário. Mas em ação, é considerado uma ótima arma de auto-defesa contra carros e ônibus.
E não me venha com ladainhas de que a violência gera violência!
Eu cansei de tentar conversar com motoristas de carros e ônibus e explicar o que estava acontecendo. Explicar que ele me viu, mas mesmo assim resolveu jogar aquele carro para cima de mim!
Mas nada adiantou! Quem usa um carro, acredita estar com uma enorme arma e com um grande poder em mãos. E para lutar contra... apenas saiba usar as suas armas.
Enfim...
Ir de Carona:
Em São Paulo? (risos..)
Hoje mesmo, estava eu esperando o ônibus com uma grande amiga minha (eu estava de bike.. apenas estava aguardando o ônibus dela chegar...), e estávamos contando quantos carros estavam vazios, ou seja, somente com o motorista dentro dele.
Bom... 80% dos carros somente com o motorista.
O Carro institui uma individualidade ímpar na sociedade. Fez com que a função social de uma automóvel fosse transferida para “status” social.
Eu já ouvi muitos dizerem que a “violência” seria um bom argumento para que não existisse essa cultura de “carona” aqui em São Paulo. Mas isso eu percebi que é apenas desculpa. Não temos mesmo essa cultura e ponto final, porque simplesmente muitas vezes não damos carona para o nosso próprio visinho!
Bom... Finalizando... eu queria deixar aqui alguns materiais que podem ser úteis para quem quiser se informar mais sobre transportes alternativos:
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